O Ministério da Saúde implantará em Salvador uma "sala de situação" para centralizar o combate à dengue. A informação foi prestada pelo coordenador do Programa Nacional de Combate à Dengue, Giovanni Coelho, em audiência nesta manhã (16) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), presidente da CAS, criticou a ausência do secretário da Saúde da Bahia, Jorge Solla, um dos convidados do evento.
De acordo com a senadora, "a ausência do representante estadual nos passa o sentimento de não-valorização do assunto e de falta de atenção com esta comissão e o Senado". Atenderam ao convite do requerimento, apresentado pelo senador César Borges (PR-BA), o secretário de controle externo do TCU, Ismar Barbosa Cruz, o presidente da UPB, Roberto Maia, e o diretor da Confederação Nacional dos Municípios, Denílson Magalhães, além de senadores como João Durval (PDT-BA) e Mão Santa (PMDB-PI) e o deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA).
O coordenador da dengue, Giovanni Coelho, confirmou a criação da "sala de situação" após questionamento de César Borges cobrando uma ação federal mais dirigida à Bahia, para dar mais efetividade ao combate da doença no momento em que a epidemia fugiu ao controle, como ocorreu há dois anos no Rio de Janeiro. "Por coincidência, esta semana estivemos em Salvador discutindo a implantação de uma 'sala de situação' para dar resposta mais coordenada a isto", explicou Coelho.
A "sala de situação" agrega e analisa dados epidemiológicos da doença em um único local, permitindo resposta mais veloz ao combate da dengue. De acordo com o site do Ministério da Saúde, a "sala de situação" foi criada para casos de guerra. Nessa concepção, militares a utilizavam para monitorar situações de perigo imediato. No caso da sala que será instalada em Salvador, a estratégia é evitar que a capital baiana entre em situação de epidemia, segundo Giovanni Coelho.
O autor do requerimento, senador César Borges, explicou que a Bahia tem 40% dos casos da dengue deste ano, com cerca de 45 mil casos, contando com 4% da população nacional. "A Bahia vive uma situação anômala. Por isto convidei o secretário Jorge Solla, mas ajudar na solução do problema", afirmou. Ele criticou a falta de providências do governo estadual após alertas lançados pelo Ministério da Saúde para a possibilidade de epidemia no estado.
O presidente da UPB, Roberto Maia, também lamentou a ausência de Solla. "Estamos aqui para buscar soluções, não encontrar culpados. Não é preciso medo", afirmou. Apoiado em dados da CNM, Maia denunciou distorção no financiamento da saúde nacional, onde, no caso da dengue, municípios ficam com 70% dos custos "enquanto os estados entram apenas com larvicida". O secretário do TCU, Ismar Cruz, afirmou que o tribunal tem identificado problemas de integração estados-municípios-união para o combate da doença.