Política

DEPUTADO ALELUIA DEFENDE FINANCIAMENTO PÚBLICO NAS CAMPANHAS POLÍTICAS

Vide
| 15/04/2009 às 22:06
 A reforma política deverá ser votada ainda neste semestre, segundo informou nesta quarta-feira o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), durante debate com o seu colega José Carlos Aleluia (DEM-BA), no programa "Brasil em Debate" da TV Câmara, comandado pelo jornalista Tarcísio Holanda. Ibsen coordena a comissão especial que estuda o assunto, a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP).

  Aleluia defende financiamento público de campanha já para eleições de 2010. "Temos nesse momento mais de 300 deputados comprometidos com o projeto da reforma política. Os grandes partidos, PMDB, PT, PSDB e DEM apoiam as mudanças. E nas demais legendas, embora haja rejeição a mudanças no sistema atual, estamos buscando adesões para que o projeto seja votado ainda no primeiro semestre", afirmou Pinheiro.

   Para Aleluia, defensor de uma reforma política "possível e viável", algumas questões relevantes são prioritárias. "O financiamento de campanha e a proibição de coligações são essenciais para que se inicie o processo de moralização eleitoral e partidária. Os congressistas estão conscientes da necessidade de uma reforma política já. A ideia está bastante amadurecida. Agora, é necessário que a sociedade se conscientize de que não há caminho para a moralização política sem que a reforma política seja efetuada", observou Aleluia. Ibsen Pinheiro disse que a deterioração é tal que não há mais como protelar a reforma política.

  CENÁRIO DEGRADADO

"O cenário político piorou tanto, que está na hora de melhorar", declarou o ex-presidente da Câmara dos Deputados. Financiamento de campanha Aleluia e Pinheiro concordam que o financiamento público de campanha é a única saída para eliminar a crise ética que domina política brasileira. "A situação chegou a tal ponto de deterioração que nenhuma empresa se disporá a financiar legalmente a campanha de algum político nas próximas eleições.

A empresa passa a ser encarada como suspeita e o candidato, mesmo que venha a ser absolvido, após denúncia de recebimento ilegal, jamais estará livre da pecha de favorecimento ilícito. A mídia já condenou o financiamento como comprometedor. Então, não há alternativa fora do financiamento público", disse Pinheiro. Aleluia alertou que a sociedade ainda não percebeu que o financiamento público de campanha acabará sendo melhor para o país.
 
"A partir do instante em que apenas o partido financie a campanha de seus filiados, o Tesouro será beneficiado. A presença da iniciativa privada nos financiamentos de campanha, pelo menos no Brasil, acabou por provocar distorções éticas. Hoje até o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aceita o caixa dois, sob o argumento pueril de que esse é um comportamento generalizado. Quer dizer, Lula admite melancolicamente que a corrupção é de todos e como ele prega a impunidade, se depender do presidente da República, o sistema permanecerá corrupto, porque é assim que funciona", criticou Aleluia.