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Prefeito João Henrique, indignado, na sua fala na UPB nesta segunda-feira, 6
Foto: Foto: BJá
Durante encontro que está sendo promovido nesta segunda-feira, 6, pela União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo, tentando encontrar caminhos para minimizar os efeitos da crise com a perda de recursos dos repasses do FPM, o prefeito de Salvador, João Henrique, criticou a postura do governo federal e disse que estão sendo adotadas dois pesos e duas medidas: "Não ser prefeito do PT representa uma dificuldade adicional. Os prefeitos do PT têm acesso ao governo federal que nós, de outros partidos, não temos".
Segundo dados revelados pelo prefeito da capital, o município de Salvador perdeu, só no último mês de março 11% de FPM embora tenha encargos que são típicos dos governos do Estado e Federal. Para João Henrique, é inconcebível a postura dos governos que discriminam os prefeitos de outros partidos que não sejam do PT. "A senha é ser do PT" para ter uma boa acolhida.
O prefeito de Salvador disse, ainda, que os cálculos feitos pelo governo federal mantém os prefeitos (fora os do PT) sempre negativados. João Henrique situou que a distribuição da receita com 60% para o governo federal, 25% para estados e 15% para os municípios é perversa e extremamente injustiça. "As pessoas moram nos municípios e são os prefeitos que sabem onde os calos doem. Mas, nós é que acabamos pagando a conta por essa distribuição cruel", sentenciou.
SEM ECONOMIA
João Henrique confessou, também, que a economia que projetou com o ajuste da máquina administrativa do seu governo, reduzindo o número de secretarias e enxungando o máximo as despesas pouco valeram, porque não conseguiu economizar nada com a queda da receita e o aumento do salário mínimo. A estimativa do prefeito era economizar R$40 milhões, mas nada aconteceu.
O prefeito comentou que a União, hoje, deve mais aos Municípios do que vice-versa e não entende porque o governo federal não acolhe as reivindicações dos prefeitos. Citou o caso do IPVA, imposto que é repassado ao Estado, quando, a rigor deveria ser do município uma vez que são colocados nas ruas de Salvador mais 60 mil novos carros a cada ano, enquanto as obras de infra-estrutura e gerenciamento do trânsito ficam como encargos para a Prefeitura.
"Cadê o dinheiro do IPVA. Como vamos administrar o trânsito, a engenharia, as obras, a segurançca dos pedestres se o dinheiro não fica conosco?", arguiu João situando que as injustiças são enormes com os municípios.
Por fim, o prefeito disse que sua indignação é muito maior do que a exposição feita na UPB, e iria parar para não cometer "uma falta de decoro municipalista", ainda que tenha criticado diretamente o governo do Estado, que, "sequer nomeia os delegados cujas muitas das despesas são pagas pelos municípios", concluiu.