"Nunca imaginei que a violência fosse invadir nossa escola. Ficamos estarrecidos quando isso acontece numa igreja ou numa escola. E o mais grave é que parece que os nossos jovens já estão tão habituados com a violência que parece que já superaram o ocorrido", disse a diretora.
As aulas foram retomadas semana passada, mas independente do crime, o prédio não é apropriado para funcionar uma escola. Faltam salas de aulas, professores, área para recreação, lazer e esportes e o pouco espaço que existe ainda está servindo para estocar e preparar material de construção para a reforma da escola que possui oito salas de aula, mas só quatro estão funcionando.
FALTAM POROFESSORES
Segundo a diretora, faltam 15 professores de Educação Física, Artes, Inglês, Matemática, Português, Geografia, entre outras disciplinas para atender os cerca de 740 alunos de 5ª a 8ª séries, divididos em três turnos.
Não existe biblioteca ou espaço para leitura, que ocorrem em um pequeno espaço adaptado, assim como a própria escola que funciona num prédio alugado, uma antiga casa que está sendo adaptada para abrigar a Escola Estadual Filadélfia, realidade, aliás, comum às unidades escolares de Vila Canária e Pau da Lima.
"Essa é uma região carente e vemos que o bairro, assim como a escola, não oferecem opções de lazer para os jovens. Aliás, o bairro de Vila Canária não oferece nenhuma opção de lazer aos seus moradores: a única praça está abandonada. Falta segurança. As escolas funcionam precariamente em prédios adaptados, faltam professores. Os alunos, nas aulas vagas, ficam nas ruas porque não tem atividades e a escola não tem espaço para desenvolver qualquer atividade extracurricular. Quer dizer, tudo isso propicia a violência. E a situação da Vila Canária e da Escola Filadélfia é semelhante a de dezenas de bairros baianos, onde a violência é latente e só falta um acontecimento para explodir esse barril de pólvora", avaliou Bacelar.