Política

DATAFOLHA: JOÃO HENRIQUE É ÚLTIMO ENTRE 9 PREFEITOS PESQUISADOS

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| 26/03/2009 às 18:20
João Henrique é candidato bom de votos, mas prefeito ruim/péssimo de gestão
Foto: Foto: Arquivo
  Mais uma vez o prefeito João Henrique (PMDB) é o último lugar na primeira pesquisa Datafolha sobre o desempenho dos prefeitos no atual mandato. Sua nota caiu de 5,2 para 5,1 em relação ao ranking anterior, de setembro de 2008, quando ele aparecia em sétimo lugar.
 
  Além disso, na avaliação do DataFolha, João Henrique é o único prefeito dos pesquisados cujo desempenho ruim/péssimo (33%), supera o bom/ótimo (28%). Para se ter uma idéia, Beto Richa, prefeito de Curitiba e considerado o melhor avaliado tem 82% de ótimo/bom contra 4% de ruim/péssimo;  
 
  Portanto, Beto Richa (PSDB), prefeito reeleito de Curitiba, é o líder do atual ranking de nov prefeitos, nota 7.8. O segundo é Dário Berger, PMDB, de Florianópolis, com nota 6.2 e avaliação de bom/ótimo em 52%. 

   O terceiro é José Fogaça, PMDB, prefeito de Porto Alegre, com 5.8%.

   Eduardo Paes (PMDB), que venceu a disputa pela Prefeitura do Rio por apenas um ponto percentual, aparece em sétimo lugar com nota 5,6. Ele, porém, tem um desempenho melhor que seu antecessor, Cesar Maia (DEM), que era o último colocado, com nota 4,5. Luizianne Lins (PT), prefeita reeleita de Fortaleza, viu sua nota encolher de 6,4 para 5,8 e está em sexto (era a quarta).


   João da Costa (PT), de Recife, está em penúltimo no ranking, com 5,5 - bem abaixo dos 7,3 que seu antecessor e padrinho político João Paulo (PT) obteve em setembro. Outro que tem desempenho abaixo do antecessor é Marcio Lacerda (PSB), de Belo Horizonte. Ele tem nota 5,8 contra 7,6 de Fernando Pimentel (PT), que o apoiou na eleição e era o segundo mais bem avaliado.


   O Datafolha pediu aos entrevistados em nove capitais que dessem nota de 0 a 10 ao prefeito de sua cidade. O ranking é feito a partir da nota média de cada um. O desempate leva em conta as taxas de aprovação e reprovação. Mauro Paulino, do Datafolha, diz que a avaliação dos prefeitos deve influir na definição das candidaturas a governador. "Há uma repercussão interna nos partidos".


   OPINIÕES
 
   A líder da Oposição na Câmara de Salvador,  vereadora Aladilce Souza (PCdoB) disse que "João Henrique  optou pelo rompimento do diálogo com a população da cidade; tornou inativos os conselhos populares e inviabilizou o orçamento participativo".
A vereadora não demonstrou surpresa com o resultado da pesquisa. Segundo ela, "diante de tantos fatos negativos e com uma reforma administrativa centralizadora e com extinção da Secretaria de Esportes em momento que a capital pleiteia junto à FIFA sediar a Copa de 2014, ele apenas  apequena a cidade".

   De acordo com Aladilce, o chefe do Executivo preferiu, em seu segundo mandato, "adotar uma linha autoritária, sem interlocução com as comunidades e voltado apenas a contemplar setores empresariais, notadamente os do segmento imobiliário".
Para a vereadora, a própria mudança da logomarca da administração - antes de "participação popular"  agora sob a falácia de "um novo tempo" - denuncia essa postura de retrocesso, em que pese o melhor para a população de Salvador.
- As mudanças no perfil e discurso da gestão municipal ficam patentes na nova logomarca implementada. Ao substituir os bonecos de seres humanos, negros e mulheres em posição de luta  por prédios de várias cores, os novos "sujeitos" da Prefeitura, ele sequer avaliou a perda considerável de material impresso com a logomarca anterior e joga dinheiro público no lixo, disse.

   Com a nota 5,1 obtida pelo prefeito, entre nove administrações avaliadas, segundo a líder da oposição, "o que constatamos é a realidade de uma gestão que perdeu o foco das obras prioritárias para a cidade". Para ela, "Salvador, do ponto de vista da gestão municipal, deixa de ser Popular e passa a ser "de um novo tempo", sim, para o mercado imobiliário".