Faixas saudando o "grande ministro", cartazes de cartolina escritos à mão, recepção com aglomerado de políticos e populares, carreatas, discursos e aplausos. Esse foi o clima que marcou a visita do ministro do PMDB, Geddel Vieira Lima (da Integração Nacional), aos municípios de Xique-Xique, Ibipeba e Jussara, onde foi vistoriar obras, anunciar medidas e conferir a compra de equipamentos cooperativados.

No distrito irrigado de Mirorós, em Ibipeba, era grande a expectativa. A região sofre crise de abastecimento decorrente da queda do nível de água da barragem que, além de servir a 2.166 lotes de irrigantes de fruticultura, também atende ao consumo de mais de 350 mil habitantes de 14 municípios e 223 povoados.

O representante dos irrigantes José Adelson revelou o ânimo geral no discurso de boas vindas ao ministro: "Sabemos que a partir de hoje teremos uma nova época que vai nos tirar desse estresse", disse em frente à sede do distrito, onde uma multidão de espectadores enchia o pátio e se comprimia em volta da mesa das autoridades, ornada com um grande arranjo das frutas produzidas em Mirorós: banana, goiaba, manga, mamão e pinha.

30 DIAS

Geddel Vieira Lima retribuiu a confiança usando de tom realista. Depois de anunciar a imediata realização de estudos de batimetria, que vai medir a massa de água da barragem de Mirorós, e a criação de um grupo de técnicos com prazo de um mês para apresentar soluções, o ministro disse que a obra "não pode ser feita num piscar de olhos". Ele explicou que para se fazer uma adutora, um duto ou uma pequena transposição de águas é preciso projeto executivo, licença ambiental e previsão orçamentária, além de outras obrigações burocráticas.

"Os técnicos vão apontar o caminho e eu vou me virar para solucionar o problema", disse o ministro, que se comprometeu inclusive com a outra grande reivindicação local - a estrada Mirorós-Ibipeba, fundamental para baratear o escoamento da produção. "Isso não está na alçada do Ministério da Integração, mas conversarei com o ministro dos Transportes (Alfredo Nascimento) e, se for preciso, até com o presidente Lula".

Em Jussara uma longa fila de carros, motos e biclicletas seguiu o ministro até o Complexo Agroindustrial, entidade cooperada de aproveitamento da ovinocaprinocultura - com curtume, abatedouro, fabrico de laticínios e centros de capacitação. O complexo recebeu do Ministério da Integração R$ 227,9 mil para compra dos equipamentos do abatedouro.

Depois de visitar as instalações acompanhado de dirigentes do complexo, técnicos do ministério e uma multidão de políticos e curiosos, Geddel fez um rápido discurso na varanda do prédio principal. "O que mais me comove aqui é que estamos criando empregos e cidadania. Essa iniciativa está trazendo de volta muita gente que saiu de Jussara por falta de alternativas e que hoje encontra uma nova realidade", disse, dirigindo-se aos 444 pequenos pecuaristas cooperados.

O ministro da Integração esteve também ontem no Baixio, para vistoriar a construção do canal de irrigação no projeto que representa a maior obra de infraestrutura em andamento na Bahia. Lá, anunciou que em agosto será lançado o edital para a ocupação dos lotes por pequenos, médios e grandes agricultores. A partir da ocupação finalmente a obra iniciada em 1999, paralisada durante quatro anos, e reiniciada pelo ministro baiano em 2007 começará a irrigar plantações e a gerar empregos no semi-árido.

É candidato a governador?

Durante as visitas, Geddel Vieira Lima foi entrevistado por jornalistas e radialistas locais que, sem exceção, repetiram a mesma pergunta: O senhor é ou não é candidato a governador? À reiterada questão a resposta variava em torno do raciocínio de que a vontade de governar a Bahia existe, mas que não será concretizada atropelando ninguém. "Se o destino me reservar esse privilégio, aí você pode ter certeza de que será um governo de muito resultado e desenvolvimento para o nosso estado", afirmou ele.    
(C/ informações da Assessoria de Imprensa do PMDB)