O clima voltou a esquentar na Assembléia Legislativa nesta tarde de terça-feira, 10, com pronunciamentos dos dois capitães RR PM e deputados Tadeu e Fábio, ambos da base do governo, os quais, voltaram a criticar o governador Jaques e a postura do seu governo, segundo Tadeu, "deputado da situação está na ALBA só para receber ordens", e na opinião de Fábio, o secretário César Nunes, da SSP, teve postura "irresponsável" no final da Operação Nêmesis, que prendeu os 3 coronéis da PM.

  Dos dois pronunciamentos, o maior forte foi do deputado capitão Fábio, ex-PMDB, o qual, condenou a espetacularização da prisão dos coronéis, " sem que tivessem oportunidade de apresentarem suas defesas", segundo ele detidos "com um movimento equivocado da Polícia Civil, sobretudo no final, sem a presença de oficiais superiores da PM e até do seu comandante geral".

  Entende o capitão Fábio que, na condição de suspeitos e de oficiais superiores da PM, os comandantes deveriam ter sido presos (se de fato havia uma investigação profunda de uso da propina) por um delegado e uma comissão de oficiais e do comandante da PM. Mas, "infelizmente - diz o capitão - o secretário César Nunes se comportou de forma irresponsável, sobretudo quando apareceu sorrindo na televisão".

  "Nosso pronunciamento é de repúdio a Polícia Civil", completou Fábio destacando que, de fato, hoje, há uma cisão explícita entre as duas corporações.

   CAPITÃO TADEU

   Já o pronunciamento do deputado capitão Tadeu (PSB) mais ameno em relação ao que fez ontem, porém, muito sagaz, tocou num ponto que causou constrangimento entre outros deputados da base e repúdio do líder Waldenor Pereira (PT). Segundo Tadeu, o governo e seu líder não deveriam ficar surpresos com suas falas, porque avisadas ao próprio líder e a direção do seu partido, diz que tem consciência no que diz, pois, "deputado aqui é para cumprir ordens". Evidente, menos ele.

  No mais, Tadeu repetiu críticas ao comportamento do secretário César Nunes, embora achando que ele agiu corretamente em determinados momentos da operação, só falhando no final, na espetacularização e no deboche proposital contra a PM, seus oficias e a instituição.

  WALDENOR PERERIA

  Indignado, o líder do governo, deputado Waldenor Pereira (PT) condenou veementemente a fala de Tadeu promovendo um discurso conceitual destacando que a postura do governador Wagner tem sido, ao longo desses anos de sua gestão, "democrática, de permanente diálogo com gestos extremamente republicanos".

  Waldenor disse que não aceitava as críticas do capitão Tadeu no que se referia à frase "deputado aqui é para cumprir ordens", exatamente porque, nesses últimos dois anos e três meses o que tem acontecido na ALBA é o contrário.

  - Este é um governo reconhecido por toda sua base como do diálogo, do aprofundamento dos debates e, ninguém aqui recebe ordens. Daí que refuto e condeno essa atitude do deputado Tadeu", completou.

  PAULO CÂMARA

  Para o deputado Paulo Câmara, da base do governo, o deputado capitão Tadeu está confundindo as atribuições dos poderes e o papel dos deputados no parlamento.

  "O governador não é obrigado a ouvir este ou aquele deputado sobre qualquer tema, como deseja o deputado Tadeu, quando diz que não foi consultado sobre a segurança", destacou Câmara.

  "Nossa função é outra, de analiar projetos, debater temas do governo e da sociedade, e não recebemos ordens de ninguém", finalizou Câmara.