O Sistema de Regulamentação Intermunicipal de transporte complementar discutido em audiência pública na Assembléia Legislativa, mexeu com uma atividade econômica explosiva e tida como uma caixa preta.
 
  O projeto, enviado pelo Executivo para votação na convocação extraordinária, sequer passou no primeiro teste: decidiu-se por uma extensiva avaliação envolvendo os permissionários e trabalhadores do setor e adiamento da votação em plenário.

  A temperatura subiu quando o deputado Edson Pimenta (PCdoB), ao defender o projeto enviado pelo Executivo, disse que o governo passado nunca se interessou em discutir essa atividade no Parlamento, "porque autoridades do primeiro escalão mantinham relações muito estreitas, amigas e até mesmo suspeitas com os grandes empresários de transporte".

   RASGOU PROJETOS

   Além do fato considerado grave pelos presentes - o deputado Pedro Alcântara (PR) rasgou o projeto - chamou a atenção o discurso do deputado, que fez uma veemente defesa do governo e da democracia que impera no atual Legislativo. Ele botou o dedo na ferida dos que se manifestaram contra a proposta.  

  Disse o deputado que o governo propõe regulamentar a exploração do transporte complementar na Bahia, uma atitude ousada e que deve contemplar as cooperativas e associações, definindo os espaços de trabalho para todos, fazendo a inclusão dos pequenos e médios empresários. Segundo Pimenta, o setor precisa se organizar e o governo financiar, através da Desenbahia, veículos e equipamentos, para que a população tenha um transporte melhor, de qualidade e seguro.

  Outro momento inédito em uma audiência pública na Assembléia ocorreu quando o presidente Marcelo Nilo teve que ser enérgico para garantir o direito do deputado falar. Ao destacar as qualidades do deputado do PCdoB, Nilo coibiu uma claque organizada e com DNA nos municípios de Simões Filho e Lauro de Freitas, que tinha comando e orientação para vaiar parlamentares