Como a memória da população precisa sempre estar ativada, segue uma matéria que foi publicada pela imprensa em 8/6/2007.
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve julgar, no dia 20 de junho, os recursos em favor dos delegados afastados Zulmar Pimentel (diretor-executivo da Polícia Federal, considerado o segundo homem dentro da instituição), César Nunes (superintendente da PF na Bahia) e Paulo Bezerra (afastado do órgão para comandar a Secretaria de Segurança Pública da Bahia).
Os três foram afastados do cargo de delegado por suposto envolvimento no esquema de fraudes em licitações para a realização de obras públicas, desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Nos recursos, eles pedem para retornar às suas funções. O STJ já começou a julgar os pedidos, mas um pedido de vistas do ministro Paulo Gallotti interrompeu, anteontem, o julgamento pela Corte Especial. Em seu voto, a ministra Eliana Calmon, relatora do inquérito que apura o caso, negou provimento aos agravos regimentais interpostos pela Advocacia Geral da União e por um advogado constituído pelos delegados, mantendo o afastamento dos três delegados.
Os três delegados foram afastados do cargo por decisão de Eliana Calmon, relatora do inquérito que apura desvio de verbas de obras públicas de autoria de uma organização criminosa infiltrada em órgãos públicos e estatais e espalhada por diversos estados da federação.
Ela destacou que a medida de afastamento ora impugnada foi determinada levando em conta as provas produzidas pelos órgãos incumbidos da persecução penal (Ministério Público Federal e Polícia Federal), que noticiam a suposta incursão de Nunes, Bezerra e Pimentel em delitos conexos aos investigados no inquérito.
"Depreende-se que a decisão recorrida foi proferida com o objetivo de assegurar o bom resultado da colheita de provas nos autos do presente inquérito, tutelando, portanto, o resultado futuro de eventual processo criminal", afirmou.
A ministra ressaltou também que o afastamento dos servidores antes de deflagrada a operação policial, por razões óbvias, enfraqueceria a atuação do órgão policial, ao tempo em que despertaria a suspeita de alguns envolvidos, já desconfiados pelos vazamentos constantes de informações da iminente atuação policial.
A ministra Eliana Calmon registrou, ainda, que na quarta-feira, desmembrou parte do inquérito e o encaminhou à Justiça Federal da Bahia, para a avaliação dos fatos de autoria dos delegados, fatos esses considerados delituosos pelo Ministério Público Federal (MPF)
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