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AL reabre trabalhos com debates acirrados sobre aumento da violência (Foto/BJ)
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O aumento da violência na Bahia, a crescente onda de assassinatos na Região Metropolitana de Salvador, o bate-cabeça na cúpula da Secretaria de Segurança Pública, as ações do governo do Estado, indicadores de hoje e do passado, toddo esse caldo de cultura dominou o primeiro dia dos debates na AL, reaberta nesta segunda-feira, 18, após o recesso parlamentar.
Em determinado momento dos debates o deputado Tracízio Pimenta (DEM) perguntou aos seus colegas se "estamos vivendo na Bahia ou no Rio de Janeiro?". Coube ao deputado Álvaro Gomes, PCdoB, na ausência do líder da maioria fazer a defesa do governo situando que, hoje, o governo Wagner "não esconde os números dos acontecimentos, coisa que era comum no passado, com uma secretária (Kátia Alves) que não sabia nada de segurança pública.
A rigor, com a situação impressada diante das evidências e do noticiário da imprensa apresentado no plenário, os deputados do governo apelaram para questões de natureza política, como Yulo Oiticica (PT) que revelou (não se sabe de onde retirou esses dados) informações do governo passado que só contabilizava uma morte por chacina. "Uma chacina com dez mortos eles diziam (se referia ao governo Paulo Souto) que só havia uma morte", citou.
Já o líder da minoria, Gildásio Penedo, disse que aplaudia a atitude de Yulo Oiticica em "pelo menos encarar esse debate sobre a Segurança" situação que o governador quando esteve na AL - segundo o deputado - se esquivou de comentar com a imprensa, e salientou que a "segurança pública no governo Wagner não existe. É um fracasso", completou.
Para o deputado Bira Coroa (PT) a questão dos crescentes índices de violência no país não é uma particularidade do governo Wagner, mas de vários Estados, e "nós temos confiança de que o governo Wagner vai realizar o grande sonho do nosso estado com mais segurança à população e fortalecimento da democracia representativa".
VIOLÊNCIA
A rigor, está havendo um descontrole na atuação da Polícia e não se justifica que num final de semana na RMS aconteçam 23 assassinatos. Também já se tornou público e notório os desencontros entre o secretário da Segurança, Paulo Bezerra, e o delegado chefe da Polícia, João Laranjeira, o que não soma para debelar o crime. Recentemente, em entrevista na Rádio Metrópole, Laranjeira chegou a questionar os dados da SSP sobre a tranqulidade no Carnaval quando revelou a apreensão, só na área do Centro Histórico, de 1 quilo de cocaina pura.
Ademais, Laranjeira não criticou abertamente a compra dos trailleres para acomodar presos durante o Carnaval, depois a maioria deles queimada pelos marginais com enorme prejuízio para o Estado (estima-se em mais de R$1 milhão), mas, deixou claro que se a SSP através do secretário determinou a utilização desses equipamentos, cumpriu apenas ordens. Como se dissesse assim: problema é dele.
Para o deputado João Bacelar (PTN), a cada fim de semana vivemos um clima de guerra como a do Iraque e não existe solução para controlar a criminalidade, como afirmou o próprio governador Jaques Wagner em sua mensagem à Assembléia. "É lamentável que um governo admita publicamente que não existe solução para controlar a criminalidade quando toda a Bahia sabe que o problema é a falta de capacidade administrativa. É um problema de gestão'', enfatizou.
Bacelar ressaltou que um dos principais problemas de gestão está no desprestígio dos policiais civis e o favorecimento dos federais. ''Precisamos rever os altos salários pagos aos quadros externos da Secretaria de Segurança Pública, enquanto o delegado, o agente, o escrivão, o perito, estão com os salários defasados. Precisamos rever essas relações com agentes externos da SSP e que causam, inclusive, sérias divergências entre dirigentes da Segurança Pública. Só em convênio, o estado repassou a Polícia Federal R$1,3 milhão para manter em seu quadro, policiais federais que servem à Secretaria de Segurança Pública, que recebem salários muito superiores aos dos servidores de carreira'', ressaltou Bacelar.
Para o deputado Zé das Virgens (PT) a situação não é bem assim e o governo está trabalhando no sentido de conter a criminalidade dentro de suas doncições. Citou, por exemplo, a mudança de cultura policial durante o Carnaval "quando não ví a Polícia batendo nas pessoas", situou.