O deputado acusa a ministra Dilma Roussef pelo iminente apagão
- A ministra Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia no período de 2003 a 2005 e ´manda-chuva` do setor elétrico do governo Luiz Inácio Lula da Silva, tomou decisões que estão levando ao apagão de energia que os petistas insistem em negar, apesar de todas as evidências, afirma o vice-presidente do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA).
Ele diz que o governo impôs a lei do silêncio às autoridades do setor elétrico.
"A senhora Rousseff suspendeu a construção da Usina Angra III; paralisou os trabalhos de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte; retardou em pelo menos quatro anos o avanço do Proinfra (programa de produção de energia renovável - biomassa, principalmente bagaço de cana, eólica, solar e pequenas centrais hidro elétricas); e permitiu o atraso de dois a três anos nas licitações das usinas hidrelétricas do Rio Madeira - a primeira só foi licitada em dezembro de 2007", disse Aleluia.
Tão grave quanto não fazer as obras, foi gerar constante instabilidade no sistema regulatório, desestimulando investimentos privados na produção de energia elétrica, acrescentou. E quem paga a conta de tanta incompetência? "Todos os custos do sistema elétrico serão repassados para o consumidor, com aumento de tarifa", adverte
LEILÕES
Aleluia, lembrando que sob a batuta de Rousseff, o governo promoveu leilões de energia flexível (reserva). Esses leilões de energia derivada de petróleo forçaram o consumidor a comprar "usinas de péssima qualidade, econômica e ambiental, já instaladas e amortizadas, com energia emergencial do racionamento de 2003".
Para Aleluia, o governo Lula abandonou, na contra-mão do mundo, qualquer esforço real de conservação de energia, ao ponto de o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, rejeitar a simples idéia de recomendar que os consumidores comprem lâmpadas mais eficientes.
O medo de admitir o apagão levou o "preposto de Rousseff" a rejeitar a hipótese de conservação de energia, que deve ser permanente. As chuvas no Nordeste e no Sudeste, lembra o democrata, até hoje, quase no meio do período das águas, estão muito abaixo da média histórica. "O risco de déficit, em setembro, antes da previsão de início das chuvas, já estava acima dos critérios adotados (5%).
É bom notar que a ministra Rousseff, com o objetivo de esconder o risco, forçou a assinatura de um acordo entre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a Petrobras e os geradores, onde a estatal de petróleo garantia o suprimento de gás para a produção de mais de 3 mil megawatts médios. Todos os signatários do acordo sabiam que não existe gás", criticou Aleluia.
LEI DO SILÊNCIO
Lei do silêncio Especialista em infra-estrutura no Congresso Nacional e ex-presidente da Chesf, Aleluia observou que as usinas térmicas a gás já deveriam ter sido acionadas desde outubro passado, quando explodiu a crise do gás no Rio e em São Paulo. "Diante do pânico, as chamadas térmicas flexível foram acionadas e não estão atingindo a potência contratada. No meio do período de chuvas, que vai até abril (abril é geralmente fraco), os reservatórios estão bem abaixo da média histórica", disse Aleluia.
Para mostrar o quanto o governo Lula opera omitindo a verdade ao povo, o deputado revela que foi dada uma ordem de silencio total sobre a crise. "O Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS (http://www.ons.com.br/home/) está obedecendo o governo e deixando de cumprir o seu papel de operador independente. Na Aneel, o diretor-presidente, Jerson Kelman, quebrou o silêncio, anunciando a possibilidade de crise, e foi desautorizado pelo ministro interino.
O superintendente de Operações da Chesf, João Henrique Franklin, confirmou que há um atraso nas chuvas na Bacia do São Francisco", afirmou Aleluia. Para Aleluia, as concessionária de distribuição de energia elétrica estão em pânico, e em silencio. E o Instituto Acende Brasil, "criado para desenvolver estudos e projetos que visem à transparência da sustentabilidade do setor elétrico", está também obedecendo a lei do silencio.
"Pior do que o apagão elétrico é o apagão moral. Todos estão sonegando informações vitais ao povo", lamentou Aleluia. As metas do racionamento defensivo devem gerar créditos para os consumidores. Cruzar os braços, como está fazendo o governo Lula, aumenta a conta de todos, ensina Aleluia, "O custo de mil quilowatt-hora hoje é de R$ 569. É a hora e o momento da conservação e do racionamento defensivo no bolso do povo. Como não fez o dever de casa lá atrás, essa é a oportunidade de o governo lançar um programa nacional de conservação de energia", finalizou Aleluia.