Política

POPULARIDADE DE LULA (48%) CONTINUA ALTA APESAR DO RECUO DE 2 PONTOS

A pesquisa IBOPE foi encomendada pela CNO
| 20/09/2007 às 16:41
63% aprovam jeito do presidente governar; 33% desaprovam, segundo Ibope (Foto:Div)
Foto:
 Ibope registrou pequeno recuo da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro na comparação com junho, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Ibope, e divulgada nesta quinta-feira (20).

  De acordo com a pesquisa, 48% dos entrevistados consideram o governo "ótimo ou bom", queda de dois pontos percentuais em relação à última pesquisa, e 18% avaliaram como "ruim ou péssimo" a administração pública federal, também alta de dois pontos percentuais. 

  A pesquisa mostrou ainda que a aprovação à maneira como o presidente Lula governa também oscilou negativamente. Dos entrevistados, 63% disseram aprovar, queda de três pontos percentuais, e 33% desaprovam, alta de três pontos percentuais na comparação com a pesquisa de junho.

  A pesquisa CNI/Ibope perguntou qual nota - de 0 a 10 - o entrevistado daria ao governo do presidente Lula. A média registrada em setembro foi de 6,6. Em junho, os entrevistados deram nota 6,7. 
 
   QUESTÕES BÁSICAS
 

   A confiança no presidente manteve-se em patamar elevado, mas também registrou variação negativa, dentro da margem de erro. Segundo a pesquisa, 60% confiam e 37% não confiam em Lula. Na pesquisa anterior, 61% responderam que confiam e 35% não confiam.

  O presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PTB), avaliou que a "flutuação" na popularidade do presidente tem três causas, uma percepção sobre a retomada da inflação, aumento do desemprego, e a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). 

  Segundo o levantamento da CNI/Ibope, 54% dos entrevistados defenderam a extinção da CPMF a partir de 31 de dezembro deste ano, 12% disseram que a Contribuição deve ser renovada com um percentual menor do que o cobrado hoje, outros 12% responderam que ela deve ser extinta gradualmente. Apenas 5% afirmaram que o tributo deve ser renovado com o mesmo percentual.

   Na avaliação dos entrevistados, piorou a atuação do governo para conter a inflação. Do total, 44% responderam que aprovaram e 49% que desaprovam a política de combate à inflação. Na pesquisa de junho, 50% disseram que aprovam e 42% que desaprovam as medidas para conter as altas dos preços.


  No combate ao desemprego, as oscilações ocorreram dentro da margem de erro: 43% responderam que aprovam a atuação do governo para reduzir o desemprego, contra 45% da última pesquisa; e 53% desaprovam, elevação de dois pontos percentuais na comparação com junho.


  A pesquisa CNI/Ibope foi realizada entre 13 e 18 de setembro com eleitores maiores de 16 anos. Foram 2002 entrevistas em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e tem grau de confiança de 95%.


  SEIS MESES


  A pesquisa da CNI perguntou também a expectativa para os próximos seis meses em relação a inflação, desemprego, renda geral e renda pessoal. Em todos houve piora.

  No quesito inflação, 52% disseram que ela vai aumentar, alta de 12 pontos percentuais na comparação com junho, 15% que ela vai diminuir, contra 16% da última pesquisa; e 28% disseram que os preços não vão mudar, queda de 10 pontos percentuais.

  Em relação ao desemprego, também 52% disseram que ele vai aumentar, alta de 4 pontos percentuais; 26% que ele vai diminuir, oscilação positiva de 1 ponto; e 19% afirmaram que não vai mudar, queda de 5 pontos na comparação com junho.

Na renda geral, 31% disseram que ela vai aumentar, contra 28% na última pesquisa; 26 que vai diminuir, alta de 5 pontos; e 38% que não vai mudar, queda de 7 pontos. Sobre renda pessoal, também pouca expectativa positiva. 38% disseram que vai aumentar, mesmo percentual de junho; 16% responderam que vai diminuir, alta de 4 pontos; e 42% que não vai mudar, queda de 4 pontos percentuais.


  RENAN CALHEIROS
 

  A pesquisa CNI/Ibope também mostrou que há uma vinculação por parte dos entrevistados entre o episódio envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o governo.

  Na pesquisa espontânea, o caso Renan recebeu a maioria das menções, seguido pela crise nos aeroportos, as viagens do presidente Lula, a denúncia dos envolvidos no esquema do mensalão e a discussão sobre a CPMF.

"Há vinculação entre o caso Renan e o governo, apesar de objetivamente não ter relação. Vale lembrar que a pesquisa foi feita no calor das manifestações que se seguiram após a absolvição e foi um episodio de longa duração e exposição na mídia", afirmou Amauri Teixeira, da MCI-Estratégia, empresa contratada pela CNI para analisar os dados da pesquisa.