Nome pode sair ainda esta semana
A novela de indicação do nome que substituirá o ex-conselheiro Urcisino Queiroz, no Tribunal de Contas do Estado, teve nesta tarde de segunda-feira, 17, mais um capítulo na Assembléia Legislativa, sem que a Casa chegasse a um consenso sobre o nome que levará ao governador Jaques Wagner.
O líder da minoria, deputado Gildásio Penedo, acoplou ao pedido de urgência à matéria na indicação de Paulo Câmara (PTB) uma proposta do Democratas para que a novela se encerrase hoje. Negativo: o presidente Marcelo Nilo (PSDB), indeferiu o pedido de Penedo e ausentou-se da Casa. Segundo deputados da oposição, teria ido a uma solenidade na governadoria.
Com isso, nos bastidores da Casa, admitia-se que o deputado Paulo Câmara (PTB) recue no pedido da urgência e retire o seu requerimento da Mesa. Estariam ocorrendo fortes pressões em direção a Câmara nesse sentido.
Caso isso aconteça, a matéria voltaria ao rítmo normal e a Mesa trabalhará junto aos líderes para que ocorram entendimentos e o consenso.
O QUE SE PASSA
NOS BASTIDORES
Há, no âmbito da AL, uma dissidência entre as bancadas do PT e do PMDB, o que alcançaria, em tese, extensiva aos seus líderes, o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima.
Ambos negam que esteja ocorrendo qualquer coisa, mas, já teria havido uma advertência posta em público pelo governador em Santo Amaro (vide nota neste site).
O certo é que, na AL, existem dois candidatos disputando a vaga do TCE: Zilton Rocha, candidato do PT; e Leur Lomanto, candidato do PMDB. Há um terceiro, Paulo Câmara, mas, este não é competitivo.
Não há consenso, pelo menos até hoje.
Esse consenso estaria sendo construído e o governador, no último final de semana, afirmou em A Tarde que, "traição" com ele não cola, sinalizando que seu candidato é Zilton.
De sua parte, também em A Tarde, Geddel disse mais ou menos a mesma coisa, afirmando que tem "asco de traidores", sem sinalizar para Leur, mas, também, sem desautorizar.
CAPITULO
DA SEMANA
É provável que durante esta semana saia o consenso, mas, na AL, são poucos os deputados que acreditam nessa hipótese.
Waldenor Pereira, o líder do governo, acredita e está trabalhando nessa direção.
O presidente Marcelo Nilo também trabalha nessa direção. Mas, já disse que, como magistrado da Casa, se não tiver jeito coloca os dois nomes à votação. Quem tiver 32 votos leva.
E quem perder, leva o que? - essa é a questão.
ROGÉRIO ANDRADE
SOLTA O VERBO
Nesta tarde, 17, o deputado Rogério Andrade (Dem) soltou o verbo.
Disse que, até acreditou, logo no início da legislatura na conversa do presidente Marcelo Nilo quando este proclamou a "independência" da Casa.
Confessou, inclusive que votou em MN para presidente, mas, depois que leu as declarações do governador, em A Tarde, afirmando que detesta traição e que não abre mão da indicação do novo conselheiro do TCE, fez a pergunta ao plenário: "A indicação é da Assembléia ou do governador?".
Em seguida, afirmou: "A AL não pode abrir mão do seu direito" sob pena de se desmoralizar.
E mais, "não concordo com esse discurso demagógico e mentiroso de que esta Casa tem independência, pois, o que se viu quando o PMDB lançou um candidato foi exatamente o contrário".
Para concluir, o jovem deputado, disse que ficou estarrecido quando o deputado Paulo Rangel (PT) chamou o deputado Paulo Câmara (PDT) de "traidor" só porque este se lançou também candidato. Aí, sua decepção chegou ao extremo.