Superando as expectativas dos organizadores, o coletivo Reencantar o PT (Independentes) reuniu em Salvador, na última sexta-feira (14), 163 representantes de 71 municípios das diversas regiões baianas, secretários e dirigentes de órgãos estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças sindicais e dos movimentos sociais, num encontro estadual considerado dos mais representativos da corrente petista.
Os participantes saíram com a estratégica tarefa de defender o entendimento visando a composição de uma chapa de consenso para as eleições do PED (processo eleitoral interno para escolha da direção do PT), que contemple as diversas correntes do partido e rompa com a hegemonia de qualquer uma delas.
O coletivo agendou para o dia 6 de outubro uma plenária estadual que vai avaliar o esforço pela chapa de consenso ou definir a composição de chapa estadual própria, caso a estratégia inicial não tenha êxito.
O encontro, realizado no auditório da Faculdade Visconde de Cairú, avaliou também o 3º Encontro Nacional do PT, realizado recentemente, e discutiu a reestruturação do coletivo. O coordenador político do Reencantar e membro da Executiva Estadual, Pery Falcón, avaliou que a corrente política conhecida como Independentes "cumpriu papel decisivo na eleição do Governador Jaques Wagner e ampliou a possibilidade de crescimento no processo eleitoral".
Como um dos coordenadores, o deputado estadual Waldenor Pereira disse que se sentiu recompensado pelo empenho ao constatar a representatividade do encontro que, além da presença de 71 municípios de todas as regiões da Bahia, contou com importantes lideranças, como os secretários estaduais Carlos Martins (Fazenda) e Rui Costa (Relações Institucionais), os prefeitos municipais José Raimundo Fontes (Vitória da Conquista), Walmir Sampaio (Amargosa) e Joseíldo Lima (Alagoinhas); dirigentes de órgãos estaduais e fundadores do Coletivo, César Lisboa (CAR- Companhia de Ação Regional) e Geraldo Reis (SEI- Superintendência de Estudos e Estatísticas Sociais), além de vereadores e lideranças sociais e populares.
"Tivemos excelente representatividade e, principalmente, a oportunidade de perceber a grande motivação das nossas lideranças", avaliou o deputado Waldenor. Tanto ele quanto Pery Falcón concluíram que está havendo um crescimento do Coletivo, o que se deve ao reconhecimento da suas principais bandeiras: a necessidade de fortalecimento da democracia interna do PT, acabando com a hegemonia de tendências.
Na discussão sobre a estratégia para o próximo PED, o secretário Rui Costa foi um dos mais enfáticos defensores em busca do consenso: "precisamos nos esforçar, e muito. Não tem como construir um projeto político de poder na Bahia sem estar bem articulado como partido", defendeu ele. Como os demais oradores, ele aposta na construção de candidatura única para a Presidência do PT Estadual que "coloque os interesses do partido acima dos interesses de tendências e grupos políticos".
Entusiasmado com a representatividade e o nível das intervenções, o secretário Carlos Martins propôs: "É preciso reencantar o partido fazendo encontros como esse'. Também defendeu que o coletivo tem que "se firmar como um elemento de sustentação do Governo Wagner". Geraldo Reis, um dos fundadores do grupo, mostrou-se ainda mais satisfeito com o êxito do evento, a ponto de afirmar que o Coletivo já se encontra em condições de disputar o PED em condições de igualdade com qualquer corrente.