Política

ROBÔS AGRÍCOLAS ESTÃO FAZENDO COLHEITA DE FRUTAS NOS ESTADOS UNIDOS

O grande problema é a inteligência dos robôs
| 13/09/2007 às 10:29
As máquinas coletam frutas sem provocar estragos (Foto:DIV)
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  A alta tecnologia não é nenhuma desconhecida dos fazendeiros e da atividade agrícola, que já contam, entre outras possibilidades, com sistemas de adubação e aplicação de defensivos orientados automaticamente por GPS - cada porção da lavoura recebe os adubos na exata medida da composição do solo naqueles poucos metros quadrados.

  De olho em mais tecnologia, um grupo de agricultores dos Estados Unidos teve uma visão, na qual eles podiam contar com a robótica em suas plantações também durante a colheita. Procuraram então a empresa Vision Robotics, que foi incumbida de desenvolver robôs para a colheita de frutas, como laranjas, maçãs e peras. Foi a Vision Robotics que desenvolveu o famoso robô-aspirador Roomba.

 Não é a primeira vez que se tenta automatizar a colheita de frutas ou outros produtos agrícolas. Todas as tentativas anteriores fracassaram, com equipamentos caros e ineficientes. Segundo Derek Morikawa, que coordena o desenvolvimento deste novo projeto, os fracassos aconteceram porque as máquinas experimentais construídas anteriormente se aproximavam das árvores como um trabalhador humano faz, pegando uma fruta, guardando-a e então passando para a próxima.

   Dois robôs
   colhedores de frutas



   A solução agora é diferente. Os engenheiros subdividiram a tarefa da colheita de frutas entre dois robôs: o primeiro localiza todas as frutas a serem colhidas e o segundo coleta cada uma delas. "Uma vez que você sabe onde todas as frutas estão, torna-se fácil calcular a forma mais eficiente de pegar cada uma delas," explica Morikawa.

   O primeiro robô é dotado de um sistema de visão artificial que rastreia toda a plantação, construindo um mapa 3-D da localização e do tamanho de cada laranja. A seguir ele calcula a melhor ordem para que elas possam ser colhidas. A informação é enviada para o segundo robô, dotado de nada menos do que oito braços. Trabalhando de forma coordenada, os braços nunca se cruzam, otimizando a tarefa de pegar todas as laranjas previstas.

    Inteligência
   do trabalhador

  Os engenheiros afirmam que a construção da parte mecânica não oferece nenhum desafio que possa se transformar em um entrave para a viabilização dos robôs- colheitadeiras. O grande problema está em escrever o software, a inteligência dos robôs.

  Depois que o mapa 3-D estiver pronto, na forma de uma imagem digital na memória do robô, o programa deverá começar seu trabalho, respondendo a algumas perguntas cruciais - Qual é o tamanho de cada laranja? De que cor ela é? Há pontos pretos nela? A resposta a todas estas perguntas determina se cada laranja atende os parâmetros de uma laranja sadia e se ela deve ou não ser colhida. A seguir, um algoritmo extremamente otimizado determina a ordem em que os oito braços do robô-colhedor deverão ser acionados para pegar todas as laranjas ótimas no menor período de tempo.

  O "robô-olhos de águia", capaz de ver as laranjas, já está pronto e em testes. Já o "robô-polvo" somente começará a ser construído no próximo ano. Os engenheiros acreditam ser necessário ainda outros dois anos para que o sistema possa começar a substituir os trabalhadores humanos.