"Eu não tenho qualquer poder punitivo sobre os deputados. Marquei uma reunião da Mesa para pedirmos a revisão da decisão do STF e devo aguardar a decisão do tribunal para abrir a sessão", disse Viana.
O senador petista alertou ainda que se corre um risco legal se as informações da sessão forem vazadas pelos deputados. "Minha preocupação é com o ponto de vista de legalidade do processo. Por isso, possivelmente, vou adiar a abertura da sessão até haver uma nova decisão do Supremo."
"Não tem que recorrer"
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) chegou à reunião da Mesa Diretora afirmando que "decisão judicial se cumpre. Não tem que recorrer". Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Cesar Borges (Democratas-BA) se juntaram a Camata e defenderam que o Senado cumpra a decisão do STF e permita que os deputados tenham acesso à sessão secreta do caso Calheiros.
Dias argumentou que é preciso tomar cuidado com os vazamentos e com o espaço físico do Plenário, que não comportaria os 513 deputados, mas disse que, o melhor caminho no momento, é acalmar a situação e negociar a entrada de apenas 13 deputados.
"Interferência"
O primeiro-secretário da Mesa, senador Efraim Morais (Democratas-PB) considerou a decisão no Supremo como uma interferência no Legislativo. Apesar disso, ele defende que a sessão se realize mesmo assim, pois é obrigação dos senadores cumprir a decisão do Supremo.
"A decisão terá que ser cumprida, apesar da reunião ser nossa. Imagine amanhã se eles realizam uma sessão secreta e nos pedimos para entrar."
Na opinião do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), a presença dos deputados não o atrapalha pessoalmente, mas ele diz não entender por que estarão presentes na sessão, se eles não votam. "Se vazar, quem será o culpado? Os deputados ou os senadores? Nós perdemos o mandato caso isso ocorra, mas, e eles?", questionou.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) disse que o que devia prevalecer são as regras da instituição, que, nesse caso, determinam sessão secreta.