O deputado Heraldo Rocha, líder dos Democratas na Assembléia Legislativa, irritado com o pedido de verificação de quórum por parte do deputado Carlos Ubaldino (PSC), da bancada da situação, afirmou que "é triste ver esse parlamento vazio com tantos temas importantes a discutir, com o caos na saúde e o clima de violência crescente na Bahia". 

   Para complementar, afirmou logo em seguida: "Quando o bloco da maioria não articula para derrubar a sessão; fica se lamentando que as crises na saúde, educação e segurança são coisas do governo anterior". Segundo Rocha, "vivem olhando para o retrovisor quando o atual governo já está completando 9 meses. Então, creio que já está na hora do governador Wagner começar a governar" - afiançou.

   Segundo o deputado, o governo está imobilizado com a dengue batendo a sua porta, com casos de dengue hemorrágica e mortes no Estado, problemas graves na educação e não se vê uma reação do governo. "Sequer colocam propaganda institucional na TV e no rádio advertindo para os perigos da dengue, conscientizando a população como fazem todos os governos" - destacou.

   No entendimento do líder da maioria, deputado Waldenor Pereira (PT), o qual, praticamente atuou sozinho na bancada, a oratória de Heraldo Rocha não se sustenta porque, a rigor, não se pode responsabilizar um governo que tem pouco mais de oito meses e herdou o que herdou. "O governador Wagner está fazendo um bom governo, com diálogo e transparência, o que não ocorria no anterior".

   DELEGADOS EM GREVE

   Já o deputado Gildásio Penedo, líder do bloco da minoria, destacou que o governo Wagner é inerte e sem inspiração. Penedo comentou sobre a Assembléia dos delegados de Polícia que decidiu por uma paralisação de cinco dias, depois de dois outros movimentos, com paralisações menores e o governo não faz nada, não recebe os delegados, não dialoga o que só faz aumentar a insegurança no Estado.

  "O governador Wagner faz vistas grossas diante de um quadro de gravidade em que vive a Bahia, na saúde, na educação, na insegurança e viaja para o exterior quando o secretário de Segurança, Paulo Bezerra, está em clima de beligerância com o delegado chefe João Laranjeiras" - afirmou.

  Para o deputado Waldenor Pereira (PT) o governo tem se mobilizado e "eu prórpio agendei um encontro da delegada Soraia com o secretário da Administração, Manoel Vitório, para analisar a situação dos delegados".
 
   DELEGADOS
 

  As principais reivindicações dos delegados são a elevação de 100% do piso salarial e a implantação do subsídio como forma de gratificação. O salário de delegado na Bahia é o menor de todo o Brasil. Também são exigidos um maior investimento na segurança pública e a solução imediata para a custódia do preso. 

  Cerca de 200 delegados participaram da assembléia. A data da paralisação ainda será definida. Neste ano, já ocorreram duas outras paralisações, de 48 horas cada. O quadro de reivindicações é o mesmo. Segundo a presidente, "a negociação com o governo está difícil desde o início do ano". Apesar disto, um acordo é esperado, "não só porque os delegados aguardam os investimentos necessários, mas a própria sociedade".
 
   DEFENSORIA

   Os defensores públicos também estão em estado de greve, segundo o deputado Heraldo Rocha.