O Congresso foi realizado no Rio Grande do Sul
O IV Congresso Estadual do PDT, realizado no final de semana no auditório Dante Barone, da Assembléia Legislativa, RS, esteve dividido em dois momentos: os debates sobre a importância de Getúlio Vargas e o trabalhismo no cenário nacional, e a discussão sobre as políticas de aliança do partido para as eleições de 2008.
Quanto às disputas municipais, a plenária final deliberou pela prioridade de candidatura própria em todos os municípios, garantindo a autonomia de o partido decidir localmente pela melhor composição. A recomendação do Congresso é pela procura prioritária de alianças com as legendas de esquerda.
A plenária aprovou ainda a indicação de eleição direta para a presidência do PDT. O assunto, no entanto, será remetido à direção nacional, uma vez que o tema exige mudanças no estatuto, e a realização de um seminário para tratar dos documentos que orientam a conduta partidária, como a Carta de Lisboa, Carta de Mendes e Carta de São Paulo.
Também foram aprovadas moções de repúdio ao governo estadual pelas demissões na Emater, e à abertura de ações do Banrisul, Corsan e CEEE. Outra definição, foi a aprovação de um requerimento, de autoria do ex-governador Alceu Collares, que será enviado à CPI dos Pólos de Pedágios, pedindo a realização de uma auditoria nos pedágios comunitários.
Na abertura do evento, o presidente regional do PDT, Matheus Schmidt, avaliou a crise política que vive o País e disse que os partidos políticos estão enfraquecidos e precisam reagir. "Vivemos atualmente uma profunda crise política no Brasil que atingiu seriamente todos os partidos políticos", disse ele.
Crítico do neoliberalismo, a quem atribui a essência e responsabilidade da crise, Schmidt pediu a todos os representantes partidários que retomem as suas ideologias e a força das agremiações políticas. "Não há como enfrentar essa crise com partidos dóceis", afirmou, ao tecer críticas ao modelo econômico internacional e à fidelidade dos políticos com o empresariado e não com seus partidos políticos. "É preciso reforçar a ideologia dos nossos partidos", continuou, explicando que organismos internacionais de esquerda e de direita conservam suas linhas de pensamento.
O presidente nacional da sigla e ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, reiterou os compromissos históricos do PDT com a construção de um projeto nacional e pediu o empenho dos trabalhistas na defesa das conquistas dos trabalhadores durante o governo de Getúlio Vargas. Assegurou que o presidente Lula está empenhado em melhorar as garantias aos trabalhadores, mas avisou que é missão de todos lutar pela ampliação destes direitos. Ele disse que o partido viveu diversos desafios ao longo da sua história, mas nunca deixou de lutar pela soberania nacional.
"Vargas deu um tiro no peito para impedir o golpe e Brizola foi impedido de chegar à presidência, mas nós temos o desafio de continuar a mostrar aos brasileiros que lutamos pela verdadeira independência", disse.