"Ao declarar que a abertura de processo criminal pelo Supremo Tribunal Federal contra a quadrilha que ele montou não o atinge nem ao seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa a impressão de que brasileiros somos alienados. Como explicar que o presidente da República reuna uma corja ao seu redor, mais grave, instale esses aloprados em pontos estratégicos da administração pública e pretenda que a sociedade acredite que ele e o seu governo nada têm a ver com a patifaria!", disse o deputado José Carlos Aleluia (Democratas-BA).

  Ele reagiu à afirmação de Lula de que a decisão do STF de abrir processo contra os 40 denunciados no caso do mensalão não atinge seu governo e recordou o episódio Watergate, que levou Richard Nixon a perder o mandato.. "Tentaram, na verdade, me atingir, e 61% do povo deu a resposta na eleição do ano passado", disse Lula em Palácio.
 
  "Seria um caso inusitado que um bando saísse por aí assaltando os cofres públicos, sem comando, o que não é caso, porque, sem exceção, todos os integrantes da organização criminosa foram nomeados por Lula, e os integrantes de maior visibilidade são íntimos do presidente, há décadas", lembrou Aleluia. José Dirceu era o chefe da Casa Civil e o "capitão do time", segundo o próprio Lula. Delúbio Soares era tão próximo que acendia o cigarro e o colocava na boca do hoje presidente da República; Roberto Jefferson tinha tal confiança de Lula, que o petista declarou que daria um cheque em branco ao delator do mensalão e ia dormir tranquilo.

  Quando ao fato de Lula declarar que o povo o absolveu ao reelegê-lo, Aleluia advertiu que eleição não inocenta e nem anistia corruptos. O eleitor não tem esse poder, alerta. "Richard Nixon, o mais poderoso homem do Planeta, foi reeleito, vencendo George McGovern, enquanto corriam as investigações sobre Watergate e teve que renunciar para não ser atingido pelo impeachment. Voto não absolve quem falta com o decoro, quem é corrupto", disse Aleluia.