Política

DEPUTADO AFIRMA: GOVERNO PRECISA SAIR DA INÉRCIA P/ COMBATER VIOLÊNCIA

O número é assustador, diz deputado João Bacelar
| 27/08/2007 às 18:09
O deputado estadual João Calos Bacelar (PTN), em pronunciamento nesta segunda-feira, 27, na Assembléia Legislativa, cobrou que o governo Jaques Wagner adote medidas urgentes para o combate a violência na Bahia. Só neste final de semana, em Salvador e Feira de Santana foram 21 homicídios registrados.
 
  Nos primeiros sete meses de 2007, já foram registrados 908 assassinatos em todo o estado, sendo 723 na Região Metropolitana de Salvador e 185 no interior, sendo a maioria das vítimas, negros e pobres. 

  "Estes números simbolizam a paralisia do governo, um governo leniente, inoperante, omisso, covarde que permite que nosso povo seja exterminado", protestou Bacelar. O parlamentar cobrou a aplicação de políticas públicas para reverter o quadro. "Até agora não vemos as ações da Secretaria de Segurança Pública. Onde está o secretário de Segurança Pública? Qual a ação concreta desse governo?

   Em defesa do governo o deputado Bira Coroa (PT) destacou que o número de óbtios registrados atualmente sempre existiu no passado, mas, "a imprensa não divulgava". Segundo Bira Coroa, temos que concordar como todo processo de apreensão em relação aos negros, mas, "o deputado Bacelar esqueceu de dizer que o governo Wagner é diferente do anterior".

   Ainda segundo Bira Coroa, o que não se pode é perder de vista que "o governo Wagner vai dar uma resposta, a esse legado, a essa herança deixada pelo governo do PFL. O deputado anunciou que na próxima quarta-feira, 29, a Comissão de Direitos Humanos da AL vai manter um encontro com o secretário da Segurança, Paulo Bezerra para analisar algumas questões relacionadas com a segurança e a violência" - confidenciou.

  NENHUMA AÇÃO

  "Discursos, lamentações, silêncio e nenhuma ação", continuou o deputado João Bacelar lembrando que, durante a campanha, o então candidato Jaques Wagner tinha soluções pra tudo. "Assumam o governo. Não fiquem nas lamentações, choramingando o passado. Hoje, vocês que são o presente, têm obrigação de preservar a vida do povo, principalmente o povo negro", completou.

  O deputado lembrou que, em pronunciamentos feitos em 26 de março e 09 de abril, havia alertado ao governo do estado sobre ações de grupos de extermínio e a crescente violência contra pobres e negros. "Estamos vivendo uma situação semelhante ao Iraque, país que está em guerra! Foram 16 assassinatos no final de semana. Isso é reflexo da insegurança que toda sociedade vive hoje.

   E onde estão os policiais? Tirem a polícia dos quartéis!", protestou. "Não há nenhuma ação concreta para preservar a vida. A vida do povo pobre e negro neste estado. Isso é ineficiência também da Secretaria de Promoção da Igualdade, que existe no papel e não apresentou,a te agora medidas concretas para reverter esse quadro, a não ser as ações afirmativas de laser e cultura", disse. De acordo com Bacelar, o momento não é mais para reuniões, visitas e palestras.
 
  "O povo negro está morrendo e a Secretaria de Promoção da Igualdade precisa de ações para evitar o genocídio do povo negro. Cadê o compromisso de promoção da igualdade, que era um grande desafio? Morreu nos gabinetes vermelhos do PT? Onde estão os secretários de Segurança e de Promoção da Igualdade?", cobrou.

   A contradição, segundo afirmou, estão nos privilégios às gangues de grã-finos, enquanto a população negra, marginalizada, vive a mercê dos grupo de extermínio. "Cadê as promessas da coligação A Bahia de todos nós, onde o estado agiria de forma preventiva, com a ampliação do policiamento comunitário regular? Cadê as promessas do governo do PT, introduzindo a promoção da igualdade racial como um elemento central no combate à pobreza e às desigualdades sociais e à violência?".

   Apresentando manchetes dos jornais locais, o deputado mostrou as estatísticas da violência no último final de semana: "Gleidson Simas de Oliveira, 19 anos, executado por homens que se identificaram como policiais. Extermínio. Ariane Lino dos Santos, 18, baleada por na rua Ruy Barbosa, no Centro Histórico. Alan Victor Montenegro Moraes da Cruz, 18, morto com tiros no tórax. Robson Brito Santos, 31, executado quando saía de um bar, no Largo do Tanque. Maurício Nogueira, 22, morto a tiros em Pituaçu. André Santos de Oliveira, 28, morto a tiros no Nordeste de Amaralina. Wellington Santos Conceição, 20, executado a tiros em Águas Claras. Wallace da Silva, assassinado em Cosme de Farias. Um homem de identidade ignorada foi executado em Pernambués". "Todos são registros da imprensa, que exibiu, em suas manchetes, hoje, os números da tragédia: Jornal Tribuna da Bahia - ‘Violência explode. Final de semana registra 16 assassinatos'; Jornal Correio da Bahia - ‘16 pessoas foram assassinadas durante o fim de semana'; Jornal A Tarde - ‘14 pessoas são mortas a tiro em um período de 48 horas'. Enquanto o governo do PT faz o merchandising do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), o povo negro e pobre está morrendo", concluiu.