Política

SINDICALISTAS DIZEM QUE GOVERNO QUER UM CHEQUE EM BRANCO DE ENTIDADES

Fazendários fazem assembléia geral em setembro
| 25/08/2007 às 09:01
Fetrab e sindicatos ameaçam deixar Mesas Setoriais no próximo dia 30 (Foto: Sindsefaz)
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   Esquentaram as relações entre as entidades e sindicatos que representam os servidores estaduais, da administração centralizada e das empresas e autarquias descentralizadas, e o governo do Estado. 

   Os sindicalistas em reunião realizada na última sexta-feira, 25, chegaram a conclusão de que, se o governo "não apresentar algo concreto, acabando com três meses de falta de respostas, deixará a representação do funcionalismo público a liberdade para chegar a conclusão de que o Estado quer é um cheque em branco das entidades".
 
   Após quase 90 dias, segundo o Sindsefaz, finalmente o governo assume publicamente que não tem o que oferecer aos servidores em 2007. A reunião entre quatro secretários de Estado e as entidades sindicais (Fetrab e sindicatos filiados), finalmente o Estado saiu do "jogo de empurra" adotado nesse período e declarou que tudo o que se discutir nas mesas setoriais não terá impacto este ano.

   Estavam presentes na reunião de ontem, além de vários assessores do governo, os secretários Rui Costa (SERIN), Carlos Martins (SEFAZ), Nilton Vasconcelos (SETRE) e Manoel Vitório (SAEB) e essa foi a gota d'água, quase um rompimento entre a Fetrab, entidades e o governo.

   NADA MAIS EM 2007

   Na reunião, os secretários informaram que as mesas setoriais podem continuar discutindo, mas nenhuma decisão será aplicada este ano em termos financeiros. O Governo propôs antecipar o debate sobre a negociação referente a 2008 para agora e disseram que a ida dos secretários ao encontro da última sexta-feira é a reafirmação do SENP por parte do Estado.

   Vale destacar as palavras do Secretário da Fazenda, Carlos Martins: "A relação entre o Governo e os sindicatos não é de curto prazo, que a negociação precisa ser racional e que o Estado não quer o atrelamento das entidades, mas estas são as principais parceiras neste momento".

   A Fetrab e os sindicatos não pensam assim. As entidades saíram da reunião de ontem decepcionadas com o governo. Não esperavam que a representação do governador Wagner colocasse um obstáculo tão grande ao andamento de um processo que foi proposto pelo próprio Estado.

   Isso porque, com a posição governamental em relação às mesas setoriais (podem se reunir, mas não terão resultado concreto este ano), se não for apresentada logo no dia 30 de agosto uma proposta concreta sobre 2008, dificilmente Federação e entidades filiadas voltarão à Mesa Central. 

   SINDSEFAZ

   O Sindsefaz quer o efetivo cumprimento do compromisso político assumido pelo governador Wagner em recuperar os serviços públicos e valorizar os seus servidores.

   Nos 8 meses de início da sua gestão os fazendários não receberam respostas as suas principais reivindicações. O Grupo de Trabalho (GT) ainda não foi instalado, o valor do ponto da GF ainda não foi retornado, o pagamento da CET dos aposentados não foi acatado e os dirigentes sindicais liberados do Sindsefaz continuam sofrendo prejuízos financeiros em seu histórico como servidor, sem receber a CET e sem ter direito à promoção funcional. Para o Sindsefaz o discurso do governo, para ter credibilidade, tem que está respaldado na prática.


   PLENÁRIA E DECISÕES


   Com a resposta do Estado, a Fetrab realizou plenária hoje pela manhã e aprovou as seguintes deliberações:

1) Reafirmar a pauta emergencial (com efeitos financeiros ainda em 2007) e só negociar qualquer coisa com o governo após a apresentação da proposta concreta para 2008, já no dia 30 de agosto;

2) Nova Plenária da Fetrab em 3 de setembro;

3) Realizar assembléias até 15 de setembro em todas as categorias do funcionalismo (Assembléia dos Fazendários no Hotal Sol Bahia , Patamares, 12/09, às 9);

4) Realizar Dia Estadual de Mobilização Unificado em 21 de setembro, com ato político na Praça da Piedade. O slogan do movimento será "Pra não dizer que não falei das flores";

5) Divulgação de Nota Pública e de um boletim à população explicando o atual estágio das negociações com o governo e quais as conseqüências da continuidade desse quadro.

   Segundo Rubens Santiago, os servidores começam a esquentar as baterias para avançar na mobilização. "Não estamos rompendo o processo negocial. A decisão da plenária da Fetrab é apenas uma resposta do funcionalismo na medida da postura adotada pelo governo.

   Se isso vai evoluir para um posicionamento mais duro dos trabalhadores - rumo que as categorias, com certeza, decidirão nas assembléias da primeira quinzena de setembro -, só o Governador e seus secretários têm os elementos que nos permitam prever", disse o diretor de Imprensa do Sindsefaz.