Assembléia virou
Servidoras da SESAB arregimentadas para aplaudir o secretário Solla (Foto:BJ)
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Deu de tudo no depoimento do secretário Jorge Solla, nesta terça-feira, 21, na Comissão de Saúde e Saneamento, na Assembléia Legislativa: vaias, aplausos, centenas de servidores da Secretaria de Saúde do Estado presentes, muitos deles usando crachás (inclusive diretores de unidades com crachás escondidos embaixo da lapela dos palitós), deputados em pé no plenarinho, acusações à imprensa, num clima bastante tenso e tumultuado.
A sessão foi presidida pelo deputado Javier Alfaia (PCdoB), o qual, questionado pelo deputado José Neto (PT), solicitou que a sessão fosse transferida para o plenário, pois, "ainda tem muita gente do lado de fora para assistir". A rigor, eram os servidores da saúde, arregimentados pela direção da Sesab, e que ocupam cargos de comissão.
Segundo o deputado Heraldo Rocha (Dem) deve ter sido decretado feriado hoje, na Saúde, para ter tanta gente aqui na Assembléia.
Os servidores da saúde se comportaram como se estivessem numa plenária de assembleísmo: vaiaram os deputados da oposição, aplaudiram os deputados da situação, ocuparam o plenário e se sentiram tão em casa que muitos deles usavam celulares em plena sessão, faziam fotos e ostentavam os crachás da Sesab sem a menor cerimônica.
Em determinado momento, o deputado Gildásio Penedo solicitou ao presidente Javier Alfaia que fosse respeitado o regimento da Casa. "Apupar deputados nesta casa, da forma que está acontecendo é um desrespeito". Javier então pediu ao pessoal que só era permitido bater palmas e nada mais.
A essa altura do tumulto, o deputado João Bacelar (Dem) acusou o diretor superintendente da SESAB, Vá Boa Sorte, ex-sindicalista e hoje agregado ao governo, de ser "uma pessoa que desrespeita os deputados desta casa com suas declarações à imprensa".