Política

SECRETÁRIO SOLLA DEPÕE NA ASSEMBLÉIA, MAS NÃO RESPONDE O ESSENCIAL

O depoimento e os debates com secretário de Saúde, Jorge Solla, duraram mais de 3 horas
| 21/08/2007 às 14:50
Secretário de Saúde, Jorge Solla, no depoimento à comissão de Saúde da AL (Foto:BJ)
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   Em depoimento na Comissão de Saúde e Saneamento da Assembléia Legislativa na tarde e manhã desta terça-feira, 21, para explicar o caos em que se encontra o atendimento nos hospitais de emergência do Estado, o secretário Jorge Solla, apresentou números pouco convincentes, não respondeu o essencial aos deputados e fez um balanço dos sete meses da sua gestão á frente da pasta.

  Segundo o deputado Heraldo Rocha (Dem), vice-presidente da Comissão de Saúde, o secretário além de não falar a verdade "foi leviano". Já o líder do governo, deputado Valdenor Pereira, considerou a apresentação brilhante, mas, na sua interlocução derrapou ao dizer que, "quem viver verá o grande trabalho que este secretário vai realizar".

   O depoimento de Solla durou mais de três horas, inicialmente no plenarinho e depois transferido para o plenário da Casa, e foi bastante tumultuado devido a presença de uma enorme claque de servidores da saúde levados pelo secretário, alguns dos quais chegaram a vaiar os deputados da oposição, e resultou numa sopa de números, o secretário afirmando que o caos da saúde já existia desde os governos passados; e a oposição afirmando que Solla foi quem implantou o caos.

   O ESSENCIAL

   O essencial questionado na convocação da comissão, pelo deputado Heraldo Rocha (Dem) não foi respondido. Quantos Redas médicos foram contratados e quantos desistiram (o secretário só deu o número dos contratados); qual o salário dos médicos e a isonomia salarial (não respondido), porque a quarteirização dos serviços através da Oscid (não respondido); o contrato com a Coopermercado (Solla disse que não existem novos contratos com cooperativas, salvo a Coopamed até outubro próximo); as denúncias do Fantástico e de A Tarde (não respondidas); as mortes nos hospitais (não relacionadas).

  Para o deputado Gildásio Penedo Filho (Dem), líder da minoria, o secretário só apresentou dados que "lhe convém, numa metodologia que não interessa à sociedade, e sequer explicou porque no Hospital Clériston Andrade, de Feira de Santana, entre janeiro/julho de 2007 já morreram 724 pacientes, mais de 25% do que no ano passado".

   O deputado Sérgio Passos (PSDB), em defesa do governo, disse que seria preciso colocar as coisas nos devidos lugares, pois, a herança do caos vem do governo passado e não se pode resolver tudo em sete meses de governo.