O deputado José Carlos Aleluia (Democratas-BA) encaminhou ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, requerimento de informação sobre os procedimentos do avião que transportou os dois boxeadores Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, deportados pelo governo brasileiro para Cuba.
 
  No requerimento de informação, Aleluia quer saber qual a origem do avião que transportou os atletas cubanos, e, se foi fretado, quem pagou as despesas; qual o prefixo do avião; quem solicitou o plano de vôo; e quem custeou os gastos com combustíveis e tripulação.

  O líder democrata indaga ainda ao ministro Jobim se os atletas manifestaram interesse em permanecer no Brasil ou pediram para serem devolvidos a Cuba; se os atletas solicitaram asilo político ao Governo Brasileiro; e quais as condições impostas pelo governo brasileiro para a devolução dos atletas. 

   "Essa foi uma operação nebulosa, que compromete a diplomacia brasileira. O Brasil historicamente portou-se com dignidade quando a vida de cidadãos de outros países foi posta em risco. Durante a ditadura aconteceu algo parecido quando os uruguaios Universindo Dias e Lilian Celiberti foram presos e entregues ao governo daquele país. Mas estávamos num regime de exceção.

  PREPOTÊNCIA

  Agora, só a prepotência e a intolerância de Lula justifica a ´entrega` de atletas cubanos que fugiam para a liberdade aos horrores da truculenta ditadura de Fidel", criticou Aleluia. O deputado lembrou que logo que os atletas chegaram a Cuba foram enfiados numa "casa de visita", eufemismo da ditadura cubana para prisão.
 
  "A imagem do governo brasileiro, desgastada pela corrupção sem paralelo e pela impunidade pregada ostensivamente pelo presidente da República, chega ao fundo do poço com a deportação de atletas cubanos que pretendiam simplesmente viver livremente", encerrou Aleluia.