Política

OPOSIÇÃO SÓ ADMITE DEPOIMENTO DE SOLLA NA COMISSÃO DE SAÚDE DA AL

Quadro geral nas unidades de emergência é catótico
| 08/08/2007 às 14:05
Visita de cortesia de Jorge Solla à AL será desprezada pela oposição (Foto:BJ)
Foto:
  A bancada da oposição na Assembléia Legislativa só aceita que o depoimento do secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, seja prestado em dia e horário de sessão da Comissão de Saúde, numa terça-feira pela manhã.

   Segundo o líder da minoria, deputado Gildásio Penedo (DEM), e o líder dos Democratas, deputado Heraldo Rocha, o secretário pode até fazer uma visita a Assembléia nesta quinta-feira, dia 9 de agosto, mas a oposição quer vê-lo apenas na Comissão de Saúde.
 
   "A convocação dele foi aprovada por unanimidade e cabe ao presidente do colegiado, deputado Javier Alfaya (PCdoB) definir qual terça-feira que o secretário terá comparecer à Comissão de Saúde. Esperamos que seja já no próximo dia 14 de agosto", explicou Penedo.
 
   A CRISE NA SAÚDE 
  
   É grave a crise nos hospitais públicos em suas emergências. Desde que o secretário Jorge Solla retirou a Coopamed, por força de decisão judicial, da prestação de serviços dos hospitais e colocou médicos contratados pelo Regime de Direito Administrativo (REDA) o atendimento decaiu e nunca mais foi o mesmo.

  Com discurso de que faria concurso público para contratar pelo REDA, como de fato aconteceu, o número de candidatos aprovados não foi suficiente para cobrir os dispensados pela Coopamed e, diante da falta de profissionais para cobrir os plantões, "quarteirizou" serviços médicos com a OSCID e, hoje, usa o REDA, para contratar auditores médicos e outros, sem concurso.

   A meningite se alastra pelo Estado. Trinta e seis pessoas já morreram só este ano e a Vigilância Epidemiológica não consegue atender a cobertura das áreas atingidas. Até o padre das paróquias de Ouriçangas e Água Fria, José Pedro, aos 39 anos, faleceu vitima da meningite. Os casos de dengue também se alastram.

   No Hospital Clériston Andrade, de Feira de Santana, o maior da rede pública do estado, mais de 710 pessoas já morreram na emergência. Um absurdo. A Unidade Semi-Intensiva do Hospital Roberto Santos fechou por falta de médicos.

   Todas essas questões os deputados querem uma resposta com a presença de Jorge Solla, na Comissão de Saúde e não fazendo visita de cortesia a bancada do governo ou ao presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PSDB), que é aliado do governo.

   COMENTÁRIO 
   BAHIA JÁ

   O governo do Estado, por enquanto, está perdendo a guerra na área da saúde pública. O secretário Jorge Solla, que atuou na equipe de Humberto Costa, quando ministro da Saúde, é um administrador que fala muito, promete mundos e fundos, mas, não consegue racionalizar as suas ações.

   Substituiu de uma canetada só 3.200 médicos que atendiam pela Coopamed por profissionais generalistas contratados pelo REDA.
 
   E, desorganizou a estrutura de atendimento dos hospitais de emergência no Estado. Evidente que, poderá e deverá recuperar essa desorganização, pois, se mantida da forma em que se encontra quem pagará um preço alto por isso será o governador Jaques Wagner (PT).