O presidente da Comissão de Planejamento Urbano, o vereador José Carlos Fernandes (PSDB), acha um absurdo essa atitude do prefeito.
"Jamais será aceita uma imposição dessa porque isso é uma afronta a cidadania e a autonomia dessa Casa. Essa atitude demonstra uma falta de respeito à Câmara porque um projeto dessa magnitude não pode ser votado de qualquer jeito", explicou Fernandes.
O também tucano, Paulo Câmara, concorda que o projeto precisa ser analisado mais minuciosamente. "Os vereadores terão apenas 45 dias para analisar um projeto tão importante como esse. Isso é um absurdo. Essa Casa não pode e não vai aprovar isso. Se for preciso entraremos com uma ação para reverter esse quadro", afirmou Câmara.
PROJETO
Enquanto o vereador ainda proferia o seu discurso, a vereadora Olívia Santana (PC do B), provável sucessora na liderança do governo da Câmara, questionou uma possível mudança de opinião de Câmara.
Ela afirmou que esse projeto era da época da prefeitura de Antônio Imbassahy e o então vereador, que hoje se posiciona contra o projeto, um dia teria sido a favor quando o prefeito era o seu tio (Imbassaí).
Paulo Câmara foi enfático em sua resposta. "Não sou sobrinho de Imbassahy. Sou primo de terceiro grau e me orgulho muito de fazer parte de sua família. Naquela época eu não era vereador, mas sempre tive essa idéia, independente do meu parentesco com o ex-prefeito. Ademais, naquela havia um projeto sério e hoje estão fazendo um remendo para atender os empresários do setor imobilitário" - explicou Câmara.
O líder da oposição Téo Senna (PTC) foi outro que lamentou a pressa do prefeito na votação do projeto. "É lamentável que João Henrique queira votar de qualquer jeito um projeto tão importante como esse. Precisamos gerar emprego, é verdade, mas isso não vai acontecer aprovando um projeto desses de forma afobada", opinou Senna.
Até o vereador Sandoval Guimarães (PMDB), colega de partido do prefeito, acha que o tempo imposto pelo prefeito será muito curto para a votação. "Acho que o PDDU tem matérias polêmicas que carecem de um tempo maior para ser discutido. Será impossível votar esse projeto em menos de noventa dias", disse Guimarães.