Política

PREFEITO JOÃO HENRIQUE ENTREGOU ANÉIS AO PT, MAS NÃO OS DEDOS

De quebra ainda alfinetou Lídice da Mata e Antonio Imbassahy
| 04/08/2007 às 09:01
  O prefeito João Henrique (PMDB) falou grosso: cobrou mais ações dos governos do estado e federal no município, disse que o governador Jaques Wagner deveria olhar com mais atenção à capital, criticou Lídice da Mata e Antonio Imbassahy por terem deixado a cidade refém da ajuda do Estado e da União e ofereceu ao PT quatro secretarias ao PT, três delas sem grande importância na estrutura administrativa.

  O pior é que as críticas do prefeito foram feitas no canteiro de obras do complexo viário do Iguatemi onde o Ministério das Cidades é quem está pagando a conta (R$15 milhões). O governador não gostou das reclamações do prefeito, foi cauteloso e educado em sua resposta, e disse que faltou habilidade ao prefeito nas críticas, deixando claro que são infundadas.

   A rigor, as queixas de João Henrique refletem o momento em que está vivendo na Prefeitura, sem apoio popular (47% de rejeição segundo a pesquisa GPP), sem dinheiro no caixa, devendo ao que se estima mais de R$300 milhões a curto prazo, com séria crise na Secretaria da Saúde, e perdendo sua base de sustentação política na Câmara de Vereadores com o afastamento dos vereadores do PDT.

   Neste final de semana haverá um Congresso do PT e as forças aliadas a João Henrique, especialmente o deputado e secretário Luis Alberto, o deputado Walter Pinheiro, Gilmar Santiago e o ex-peemedebista Emiliano José vão ter que dar muitas explicações aos presentes diante das críticas do prefeito ao governador e ao presidente Lula.

  Quem certamente vai chegar ao Congresso de alma lavada será o deputado federal Nelson Pelegrino, o qual, sempre apoiou o rompimento com a atual adminstração municipal e o lançamento de candidatura própria.

   REFORMA ADMINISTRATIVA

   O PT queria seis secretarias. Mas, ao que tudo indica ficará com quatro, sendo apenas a da Saúde de relevância. As outras são secundárias (Governo, Reparação e Social). A turma adesista do PT já estaria a postos para assumir os novos cargos. Se confirmado o nome de Carlos Alberto Trindade (Carlão) para a Saúde mantém-se o feudo petista vinculado ao ex-secretário Luís Eugênio Portela e ao atual secretário do Estado, Jorge Solla, mais Nelson Pelegrino.

   João Cavalcanti, o fiel conselheiro do prefeito teria sido rifado para dar o lugar a Gilmar Santiago. Mas, nos bastidores, diz-se que o prefeito dará uma secretaria Extraordinária a João Cavalcanti para comandar essas mesmas ações e Gilmar ficaria como uma espécie de rainha Elizabeth, com cargo pomposo, mas, sem poder.

   A Reparação iria para Antonia Garcia e a Ação Social para Maria das Dores Loyola, da CUT, mais para comandar o Bolsa Família do que qualquer outra coisa. Carlos Soares - que já foi outro fiel conselheiro do prefeito, atual secretário do Social, deverá alinhar-se com a candidatura de Raimundo Varela.