As três áreas mais importantes do governo da Bahia tiveram um dia de gato preto nesta segunda feira, 14. Os professores da rede pública do ensino de 2º grau estão em greve e só decidem se retornam ao trabalho amanhã; os delegados de polícia paralisaram as atividades até quarta-feira, 16; e a rede pública de saúde enfrenta sérios problemas com a carência de médicos especialistas nos hospitais de emergência.

   Ou seja, as áreas sociais mais importantes do Governo enfrentam problemas sérios que envolvem além da questão salarial, melhores condições de trabalho (exigência dos professores e dos delegados) e uma reestruturação nas contratações dos médicos especialistas pelo REDA.

   Na Assembléia Legislativa durante toda a tarde o clima foi bastante tenso, de debates calorosos, muitos deputados da oposição dizendo que o governo está paralisado, que a estatização da saúde vai desorganizar o setor, e que a segurança na Bahia só fez piorar no atual governo. A base aliada defende-se dizendo que a herança deixada pelo PFL é maldita e não pode ser reparada em 5 meses.

   O certo é que estão ocorrendo mortes em interior de ambulâncias na porta de hospitais públicos, coisa que acontecia muito raramente na Bahia, a imprensa não tem acesso ao HGRS e ao HGE, muito menos ao Clériston Andrade, em Feira de Santana, e o caos se estabeleceu em algmas emergências.

    PRIVILÉGIOS

    Segundo o site da SESAB, "com o propósito de continuar obtendo privilégios a que estavam habituados quando o acesso de médicos para trabalharem em hospitais do estado se dava apenas por meio da Coopamed (Cooperativa de Médicos da Bahia), alguns cirurgiões tentaram pressionar a Secretaria da Saúde do Estado, Sesab, a pagar valores diferenciados dos outros profissionais médicos. O problema está localizado no Hospital Geral Clériston Andrade, que atende a população de 116 municípios da região de Feira de Santana, onde os cirurgiões chegaram a exigir depósito antecipado em suas contas bancárias para comparecerem ao plantão.

 

   Desde a quarta-feira passada, os plantões no HGCA ficaram desfalcados de cirurgiões deste grupo, o que obrigou o secretário da Saúde, Jorge Solla, a adotar medidas emergenciais, como a contratação de outros profissionais classificados no processo seletivo simplificado Reda (Regime Especial de Direito Administrativo) e a contratação emergencial de dois hospitais privados de Feira de Santana - os hospitais Emec e São Mateus - para dar atendimento a pacientes que necessitem de procedimento cirúrgico encaminhados pelo Hospital Clériston Andrade.

 

    No último sábado, 12, à noite, um paciente politraumatizado foi atendido, no Hospital São Mateus, pelo cirurgião torácico daquela unidade e pelo único cirurgião a cumprir escala no Clériston Andrade naquele momento, o cirurgião maxilofacial Jorge Marques. "Estamos remontando as escalas com outros profissionais e recorrendo ao apoio das instituições privadas. Também estamos mobilizando ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Salvador e da Central Estadual de Regulação, para transferir pacientes".

 

   Segundo Solla, os médicos costumavam estipular, por conta própria, o valor para cumprir os plantões, quando eram solicitados pela Coopamed. "Um deles chegou a exigir que fossem depositados R$ 19 mil antecipados em sua conta", afirmou. A situação fica mais complicada, observa o secretário, porque a rede SUS (Sistema Único de Saúde) no município de Feira de Santana não tem outro serviço de cirurgia de emergência, e todos os casos vão desembocar no HGCA. "Para efeito de comparação, o município de Vitória da Conquista tem três grandes serviços de emergência em cirurgia atendendo regularmente pelo SUS", adiantou.

 

    PROFESSORES EM GREVE

    Já o site da Agecom não comenta a greve dos professores e postou a seguinte matéria: "Estratégias, metodologias e políticas relacionadas à modalidade Educação a Distância (EAD) foram temas abordados pelo seminário "Universidades Públicas da Bahia e Educação a Distância: perspectivas" realizado pela Secretária Estadual da Educação (SEC), por meio da Diretoria de Educação a Distância e Tecnologia Educacional do Instituto Anísio Teixeira (IAT) e da Coordenação de Desenvolvimento do Ensino Superior (Codes), sexta-feira (11). O Seminário, transmitido pelo sistema de videoconferências do IAT, foi acompanhado por todas as Diretorias Regionais de Educação (Direc).

 

    O encontro reuniu representantes das Universidades Públicas do Estado da Bahia, integrantes da comunidade acadêmica e contou com uma palestra do professor Dr. Frederic Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância. Após explanação do professor Litto, em prol de um maior entendimento da comunidade acadêmica e científica acerca das perspectivas oferecidas pela modalidade de aprendizagem a distância e do seu inevitável avanço, o evento promoveu uma mesa-redonda que discutiu políticas públicas de EAD na Bahia.