A direção da ABA entende que o governador está minimizando o problema
Em entrevista a vários órgãos de imprensa, esta semana e hoje no Programa Se liga Bocão, do SBT, o Governador Wagner reiteirou a sua disposição em não cumprir a Lei 10.553/2007 promulgada pela Assembléia Legislativa há um mês que beneficia o segmento de autistas e pessoas com transtornos globais do desenvolvimento.
Segundo a jornalista angélica Meneses, o governador persiste cometendo o erro de atribuir à lei a inconstitucionalidade por ter partido dos deputados a iniciativa do que ele entende em gerar despesas para o Executivo. - Wagner havia feito acordo, juntamente com o ex-governador Paulo Souto, para aprová-la, depois voltou atrás - diz.
A direção da Associação Baiana de Autismo entende que Wagner, propositadamente, tem tratado o tema como mais um problema de saúde existente no Brasil, minimizando a extensão da problemática, sem atentar para a gravidade do crescimento de casos de autismo, uma síndrome que no país atinge a 2 milhões de pessoas e na Bahia a 70 mil pessoas e é considerada o maior problema de comunicação, psicomotricidade e de inserção do ser humano na sociedade.
AUTISMO É
PRIORIDADE
O Autismo tem suas causas estudadas por uma equipe de cientistas - da qual Portugal participa -, que não mede esforços para decifrar o seu enigma. Em todo o mundo, nos países civilizados, entre os quais não está incluído o Brasil, o autismo é considerado prioridade do Estado, com somas fabulosas investidas na recuperação dos indivíduos autistas.
A lei aprovada na Bahia, apresentada pelo ex-deputado Padre Joel, corresponde aos parâmetros de tratamento digno adotados em países onde as pesquisas já se encontram mais avançadas - ou seja o autista passa a ser tratado fora da rede da doença mental genérica, com saúde e educação integradas e assistência especializada, tem direito a transporte especial, convênios e outros benefícios importantes.
O governador chegou a apresentar na entrevista de hoje a alternativa paliativa, como uma benesse do Estado, a hipótese de alugar um imóvel para a AMA/BA quando o pleito da entidade feito à primeira dama, Fátima Mendonça, antes do governador tomar posse e a lei aprovada ainda sem o veto, era de obtenção de uma sede fixa para que o trabalho da organização da sociedade civil pudesse continuar prestando a assistência devida aos seus 47 alunos autistas e mais alguns das 300 pessoas com a síndrome que estão em lista de espera.
O Governo não soluciona o problema da falta de medicamentos de vital importância para o equilíbrio dos autistas e que não podem ser retirados abruptamente, cujo fornecimento foi suspenso pelo Estado através do Programa de Medicações de Alto custo do Ministério da Saúde. Diz que está preparando um plano de atendimento neste sentido.
A ABA chega à conclusão de que o problema agora é de Justiça, haja vista a má vontade do Governo em se colocar na vanguarda dos países que respeitam os direitos humanos.