O ministro da Saúde, José Ramos Temporão, criou a maior polêmica ao declarar que o aborto no Brasil tem que ser tratado como uma questão de saúde pública.
Temporão sabe o que diz: são 1.100.000 abortos/ano clandestinos, 245.000 curetagens e procedimentos hospitalares pós-abortos clandestinos, e mais de R$37 milhões em gastos. Tudo isso porque o aborto não é legalizado e as mulheres não podem ser atentidas pela rede pública de saúde.
Um dos maiores adversários de Temporaão no Congresso, defensor do anti-aborto é o deputado federal Luis Bassuma (PT), o qual, apresentou um projeto de lei à Câmara tornando o aborto crime hediondo. Bassuma está na contra-mão da história e considera-se uma exceção, pois, aos mais de 50 anos de idade nunca usou uma camisinha, é casado, tem três filhos e considera-se purificado.
Enquete feita pelo Bahia Já entre os dias 19 e 23 de abril últimos, perguntamos se as declarações do ministro Temporão dando conta de que o aborto deve ser encarado como uma questão de saúde estavam politicamente corretas. Resultado: dos 51 votantes, 44 (86.27%) disseram que sim; e apenas 7 (13.73%), disseram não. Ou seja, a população deseja que o aborto seja encarado de frente com asssistência às mulheres na rede pública de saúde.
MÉXICO
A Assembléia Legislativa da Cidade do México aprovou a descriminalização do aborto na capital, apesar da pressão da Igreja católica e de grupos e partidos conservadores que preparam um recurso para julgar a constitucionalidade da lei e tentar impedir que ela entre em vigor.
Com 46 votos a favor, 19 contra e uma abstenção, os legisladores da capital mexicana aprovaram as reformas no código penal para permitir a interrupção da gravidez durante as primeiras 12 semanas de gestação e reduzir as punições às mulheres que abortarem depois desse prazo.