SÓ RECEBEU
R$23 MIL
Célia Boaventura revela que "Pitti fez a denúncia porque somente teria recebido o valor de R$ 23 mil. E, assim, instruiu a petição, mas entre os documentos encaminhados por ele ao TCE havia um CD-ROM com gravações de conversas telefônicas e um termo de conciliação nos quais o denunciante, o captador e o proponente do projeto ratificaram o valor aprovado pelo FazCultura e concordaram em ratear a eventual sobra orçamentária".
Para a promotora de Justiça, "os fatos denunciados atingem além do proponente, o próprio denunciante que singelamente confessa que por estar impedido de propor o projeto, encarregou um terceiro para atender a um interesse seu". Ela afirma que a ação civil por ato de improbidade administrativa está baseada na utilização ilegal de um terceira pessoa por parte do servidor público, "o que caracteriza o uso de meios escusos para burlar um comando legal, tendo em vista a proibição do regulamento e ele ainda causou prejuízo ao erário público e transgrediu os princípios de moralidade, impessoalidade, legalidade e publicidade, quando é obrigação de todos os agentes públicos velar pela observância destes princípios".
Segundo a representante do MP, Paulo César disse ter aceitado apresentar-se como proponente por causa da vedação a Ribeiro e confirmou o valor liberado pela empresa patrocinadora, sendo este utilizado no adiantamento de R$ 23 mil ao artista e R$ 10 mil para a quitação de despesas administrativas. O valor restante teria sido repassado a Carlos Roberto, o qual nos termos do FazCultura, "não tem qualquer vinculação técnica com o projeto", completou Célia Boaventura.
Desta forma, foi solicitado ao proponente providências para que o valor repassado retornasse à conta do projeto e que ele obtivesse comprovantes das despesas pagas com o valor do adiantamento. A representante do MP explicou que de acordo com as normas do FazCultura a utilização dos recursos em saques estão sempre relacionados às despesas pagas, previstas no orçamento aprovado. "Houve falhas de gerenciamento e desobediência às regras do Programa e a prestação de contas já está maculada pela permanência de recursos do projeto em conta estranha", concluiu a promotora de Justiça.