Nara Franco é jornalista
Nara Franco , Salvador |
08/06/2025 às 19:16
A igrejinha e o traço de Oscar Niemeyer
Foto: Nara Franco
Brasília ainda era um sonho. Ou melhor, uns rabiscos em uma.prancheta quando a primeira promessa foi cumprida. Já adianto que ao contrário de Salvador e do Rio de Janeiro não se anda nas ruas esbarrando em igrejas. Não é comum. Também esqueça a arquitetura europeia, barroca e afins. Tudo em Brasília é muito original.
Então vamos à história: reza a lenda que a primeira-dama Sarah Kubitschek, esposa do presidente Juscelino,fez uma promessa a Nossa Senhora: se sua filha Ana Cristina se recuperasse de uma doença grave, ela mandaria construir uma capela em sua homenagem.
Brasília ainda era pó vermelho e céu azul, mas a graça foi alcançada. E a promessa cumprida graças aos traços de Oscar Niemeyer. O arquiteto desenhou a igrejinha em formato de uma tenda e estando lá nota-se essa simplicidade em todos os detalhes.
A igreja é aberta, sem ouro, com desenhos nas paredes e poucos lugares. O que não impede que as missas sejam acompanhadas do lado de fora, no espaço à frente e laterais da igreja. Athos Bulcão ornou as laterais da igreja com azulejos azuis e brancos que parecem flutuar sob o céu do cerrado. Essa combinação tão simples faz tudo parecer muito bonito.
A igrejinha foi inaugurada em 1958. Foi o primeiro edifício em alvenaria de Brasília hoje cercado pelas super quadras e seus jardins. A igrejinha fica na entrequadra 307/308 Sul, silenciosa entre os prédios. Pequena e acolhedora. De metrô, basta descer na estação 106 Sul e andar menos de 10 minutos.
E mais: ali pertinho está a comercial da 308 Sul, com livrarias, cafés e restaurantes. Dá pra emendar o passeio com uma pausa para o café ou um almoço leve. Se for durante a semana, pode até assistir a uma missa, celebrada sempre às 18h30 de terça a sexta-feira.
A igrejinha é um desses lugares onde o tempo passa devagar. Pausa necessária no dia a dia mesmo em Brasília onde tudo parece ter um passo diferente.