Turismo

Moradores questionam decisão de abrir o Capão para o turismo

Sugestão é que abertura seja gradativa e só ocorra mediante implantação de protocolos de segurança sanitária,entre outras reivindicações
Companhia Comunicação , Salvador | 29/09/2020 às 09:18
Vila do Capão
Foto: Divulgação

Os moradores do Vale do Capão, na Chapada Diamantina, reunidos em torno do Conselho Gestor do Vale do Capão, estão contra à decisão municipal de liberar a entrada de turistas na região já a partir do mês de outubro. Nesta quarta-feira, dia 30 de setembro, às 10 horas, representantes do grupo levam sua insatisfação para um encontro com o prefeito Ricardo Guimarães na Câmara Municipal de Palmeiras. Vão apresentar uma proposta de retorno gradativo do turismo a partir de novembro, mediante condicionantes como a implantação de protocolos de segurança sanitária no Capão.  

 

Eles alegam que a Prefeitura de Palmeiras, município de onde o Capão é distrito, não tomou ainda as medidas necessárias para proteção da população local e dos próprios turistas, deixando todos apreensivos frente às ameaças da Covid-19. Lembram que a região só dispõe de cinco leitos para pacientes infectados pelo coronavírus no Hospital Regional de Seabra, que atende a uma população de cerca de 300 mil pessoas dos municípios da Chapada Diamantina.

 

Integrado por representantes comunitários em segmentos como comércio, turismo e cultura, além de moradores em geral, o Conselho Gestor do Capão tem como respaldo uma pesquisa que vem realizando com a população do vale, incluindo o segmento de hospedagem (donos de pousada e proprietários de casas de aluguel), que já aponta mais de 90% de desaprovação à abertura do Capão para o turismo no mês de outubro.

 

O CGVC considera “precoce” a abertura proposta pelo município uma vez que o Capão, que tem muitos idosos e outros grupos de risco, se encontra totalmente desprotegido. Fora a ausência dos protocolos de saúde, a Prefeitura, segundo o Conselho, não garantiu ainda o devido tratamento do lixo, não forneceu a segurança necessária para o trabalho dos guias de turismo (com EPI`s) e sequer prevê fiscalização nos locais de grandes concentrações, como a vila do distrito e suas trilhas principais.

 

No encontro com o prefeito nesta quarta-feira, os moradores vão solicitar que suas reivindicações sejam atendidas pelo município até o dia 5 de novembro. São essas as reivindicações:

 

1.     Implantação de barreira restritiva no começo da estrada Palmeiras-Capão (localidade de Pau Ferro)

2.     Permissão para a entrada de morador e parente de primeiro grau com comprovante de residência a partir de 5/10

3.     Permissão para entrada de turistas que tenham um vaucher do hotel ou pousada a partir de 05/11

4.     Criação de um plano de fiscalização, alinhado ao CGVC, com avaliação dos estabelecimentos comerciais aptos para abrir, estratégia de monitoramento dos casos suspeitos, testagem periódica e aleatória de pessoas da comunidade

5.     Monitoramento dos atrativos turísticos (parceria ICMbio e Prefeitura)

6.     Conclusão do banheiro público na vila

7.     Instalação de três lavatórios para mãos na vila

8.     Cuidado com o lixo: melhoria dos girais e da estratégia de coleta

9.     Reestruturação da feira: demarcação dos locais das barracas e ordenamento dos feirantes

 

O Conselho de Gestão do Vale do Capão (CGVC) é formado por associações e grupos atuantes da sociedade civil do Capão, que se uniram para colaborar no enfrentamento da pandemia da Covid-19, respeitando e divulgando medidas sanitárias e realizando campanhas educativas e de apoio à população local.