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Tasso Franco , da redação em Salvador |
20/03/2015 às 10:54
Além da procissão do fogaréu há outras atrações na semana santa da cidade
Foto: Calila
A dica turística da semana do Bahia Já é sobre a Semana Santa em Serrinha, interior da Bahia, distante 178 km da capital, às margens da BR-116/Norte, 65 km a partir de Feira de Santana.
Serrinha tem uma Semana Santa cuja maior atração é a Procissão do Fogaréu, uma tradição portuguesa que chegou ao município através do padre Carlos Ribeiro, em 1930, e estará completando na próxima quinta-feira santa, 2 de abril, 85 anos de idade. A procissão acontece à noite.
Na tradição literal trata-se da peregrinação de judeus, à noite e usando tochas, a procura de Jesus Cristo no Monte das Oliveiras. Cristo não é encontrado, pois, fora morto crucificado pelos romanos, mas, ainda assim, alguns fiéis o teriam visto ressucitando, subindo aos céus.
Em Serrinha, essa tradição se iniciou com a procissão percorrendo as ruas da cidade e sua composição era feita somente de homens, quando a população orava o cântico básico do 'Senhor Deus Misericórdia'.
Com o passar dos anos, a procissão incorporou as mulheres e saiu do perímetro urbano indo até a Colina da Santa (Senhora Santana), erguida pela familia Nogueira. Adicionou-se a procissão, o Cristo (figurativo) sendo escoltado por 'soldados romanos' e uma encenação teatral, a princípio, na Praça Luiz Nogueira, depois transferida para a Colina da Santa.
É um procissão muito bonita, televisiva, importante para a população católica da cidade porque representa um ato de fé, e que representa, também, a principal atração turística da Semana Santa.
Para o visitante que vai ficar em Serrinha por três dias - quinta, sexta e sábado - a cidade é pobre em atrações turísticas naturais - salvo trilhas para bikes e motos - na Serra de São Caetano (Bela Vista).
Na sexta, existe outra tradição na cidade que é a subida ao Morro, uma caminhada que, saindo do centro até o topo do morro dá uns 4 a 5 km e a trilha é repleta de gente. Na subida ao morro há uma via crucis com cruzes fincadas no terreno - algumas delas estão caídas - e no alto um cruzeiro - cruz grande de madeira - onde são feitas orações, pagamento de promessas e outros.
Do alto deste morro tem-se uma vista muito bonita de toda a cidade. A cidade fica aos seus pés.
Há, ainda, o almoço do Bacalhau da Barão, uma festa organizada pelos moradores da Rua Barão de Cotegipe há 5 anos onde é servido um bacalhau - é pago, preço acessível - e há shows com músicos locais.
A abertura deste 2015 será feita pela Filarmônica 30 de Junho. A festa na Barão de Cotegipe segue no sábado de Aleluia e no domingo com mais shows e brincadeiras para a garotada - pau de sebo, quebra pote, pulos em sacos de alinhagem - e a queima do Judas.
Há, ainda, na cidade, toda uma programação religiosa na Catedral Basílica - Serrinha é sede de Diocese, bispado - com missas e a procissão do Senhor morto.
Outra atração turística do local é a feira livre do sábado. Uma maravilha. Da pra comprar muitos produtos a preços bem mais baratos do que na capital e tem-se uma variedade enorme de carnes, beijus, verduras, frutas, etc.
O artesanato do município é pobre. Não há uma feira de caxixis, mas, ainda assim, o turista pode passar no Mercado de Arte Evoá Ferreira e levar uma lembrança da cidade - um carro de boi de madeira, uma peça de barro, um quadro de artista local, etc.
A rede hoteleira da cidade é de pequeno porte. Há, no entanto, bons hoteis e pousadas - na faixa de 2 a 3 estrelas. Muitas pessoas ficama em casas de parentes e amigos.
A cidade dispõe de dois shoppings centeres - um de maior porte, o Shopping Serrinha - com razoável praça de alimentação. Há também restaurantes e bares de boa qualidade na Praça Morena Bela e imediações.
Serrinha é também conhecida como a capital da Vaquejada - festa que acontece em Setembro. E a terra da água milagrosa - que levanta até 'pinto' de defundo. A cidade nunca soube explorar esse filão turístico, mas, é possível encontrar uma garrafinha para levar de lembrança.
A cidade tem uma rede hospitalar de porte médio e bom policiamento. É um lugar de paz e de uma gente alegre e hospitaleira.
Programe-se, pois, para a Semana Santa em Serrinha.
* Uma opção se v não quiser ficar em Serrinha na sexta-feira é ir até Monte Santo conhecer a procissão do monte daquela cidade, muito interessante. Daí pode seguir via Euclides da Cunha e dormir no Jorro, o balneário de águas calientes da região.