Uma mastectomia, como é chamada a retirada total do seio, é comum em pacientes acometidos pelo câncer de mama. Muitas vezes traumática, esta intervenção costuma influenciar negativamente na auto-imagem pessoal das mulheres que precisam se submeter a ela.
Para contornar o problema, muitas optam pela reconstrução da mama que, além da recomposição da anatomia, possibilita a recuperação da auto-estima, da feminilidade e a melhora da qualidade de vida das pacientes.
"A reconstrução imediata permite, do ponto de vista psicológico, que não exista o trauma da mutilação, além de estimular uma melhor percepção da própria imagem pessoal (corporal)", avalia o cirurgião Messias Maciel Neto.
"Mas apenas depois que o oncologista sinaliza a cura este procedimento é realizado", explica o médico. Para isso, várias técnicas são utilizadas, entre as quais de destacam aquelas que utilizam uma parte da pele do abdome ou uma prótese de preenchimento. "Em qualquer dos casos, o resultado é sempre muito parecido com o original", diz.
Reconstrução da
aréola e do mamilo
Segundo Messias Maciel, muitas vezes, a aréola e o mamilo também são retirados durante a mastectomia. Sua reconstrução normalmente é feita a partir da pele situada na região interna das coxas, que tem grande quantidade de melanina, ou com parte do mamilo da outra mama, cartilagem da orelha ou com a pele da própria mama reconstruída. "Cabe ao cirurgião plástico avaliar as condições da pele e da técnica utilizada para reconstruir o mamilo e a aréola", afirma.
Pós-cirurgia
Para uma recuperação positiva da mama (e se for o caso, do mamilo e da auréola), recomenda-se que a mulher evite fazer esforço físico. "Pegar peso nem pensar. No primeiro mês, o ideal é que a mulher não levante o braço e mexa o tórax o menos possível", alerta Messias Maciel.
Com relação à sensibilidade no pós-cirurgia, o médico explica que sua perda é relativa. "Quanto maior for o tumor, maior a área retirada de seio e, portanto, menor será a sensibilidade. Mas, para as mulheres que têm apenas parte do seio retirado, é possível manter a região sensível".
Direito assegurado
A cirurgia de reconstrução da mama é assegurada pelo Sistema Único de Saúde, SUS, desde 1999. Os procedimentos cobertos incluem o implante da prótese de silicone. A saúde suplementar também prevê a cirurgia plástica reconstrutiva da mama, após tratamento para retirada de câncer para os contratos celebrados após 1998.