Salvador

CRISE no sistema transporte de Salvador só resolve com nova licitação

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Agecom, redação e Correio , Salvador | 03/07/2014 às 19:09
Barramar passando por dificuldades
Foto: Correio
Os últimos fatos que aconteceram no transporte público de Salvador - com as empresas Capital e Barramar - só vêm reforçar a necessidade de a cidade ter um sistema mais sólido com relação às empresas de ônibus. E isso acontecerá com o novo processo licitatório, que será apresentado pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), no dia 14 de julho.
 
Com o novo processo, as empresas deixarão de ser individuais e passarão a ser consorciadas, através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Isso possibilitará uma gestão melhor, assim como menos riscos de acontecimentos como estes. “Quanto mais rápido nós tivermos o desfecho do processo licitatório, melhor será para a população, que há 40 anos carece de um regramento jurídico transparente e sólido para a cidade de Salvador”, afirmou o secretário da Semut, Fábio Mota.

CRISE NO SISTEMA

Um grupo de rodoviários realizou um protesto na Estação Pirajá, em Salvador, na tarde desta quinta-feira (3). Cerca de 40 pessoas impediram a saída dos ônibus coletivos do local das 13h até as 15h. De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), os rodoviários envolvidos na manifestação são da empresa BTU. 

A informação inicial é de que o grupo estaria protestando em apoio aos 167 funcionários da empresa Barramar que ainda não foram realocados para outras empresas. Em abril, a direção da empresa anunciou o fim das atividades em Salvador. Na ocasião, foi divulgado que mais de 90% dos 1.200 empregados demitidos iriam trabalhar em outras empresas. 

De acordo com Fábio Primo, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, o protesto na Estação Pirajá não teve o apoio do sindicato. Uma reunião entre a direção sindical e a Secretaria de Urbanismo e Transportes de Salvador (Semut) foi realizada nesta quinta-feira para avaliar a situação da Barramar. 

Segundo Primo, os 167 rodoviários da empresa que estavam sem trabalhar serão distribuídos entre as demais empresas que circulam na cidade. Pela manhã, os funcionários se reuniram na porta da garagem da empresa para debater a situação. 

Pendências trabalhistas
Ainda nesta quinta (3), as empresas de ônibus Capital e Tropical se comprometeram a resolver os problemas financeiros até sexta-feira (11) da próxima semana. O prazo foi sugerido por Fábio Mota, secretário municipal de Urbanismo e Transporte, em reunião com os diretores das duas empresas e que contou com a presença de membros do Sindicato dos Rodoviários e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Steps).  

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, cerca de 1 mil funcionários da Capital e Tropical não estão recebendo diversos direitos trabalhistas, incluindo itens acordados no acordo coletivo feito na última greve da categoria. No início da manhã, os rodoviários das duas empresas se recusaram a deixar as garagens, tirando de circulação 46 linhas que operam em diversos bairros de Salvador. A paralisação começou às 4h30 e foi encerrada por volta de 9h. 

Os rodoviários afirmam que as empresas não estão depositando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há sete meses, nem pagando as horas extras. Segundo Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte de Salvador (Semut), por enquanto, a possibilidade de encerramento das atividades das empresas está descartada.