Milhares de fiéis e admiradores da vida e obra de Irmã Dulce estarão reunidos em Salvador no dia 25 de maio (domingo) para a missa campal em homenagem aos 100 anos de nascimento do Anjo Bom do Brasil. A programação festiva começará às 16h, com uma procissão saindo da Igreja do Bonfim em direção à Praça Irmã Dulce, localizada no Largo de Roma, local onde será realizada a missa às 17 horas. Presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, a celebração religiosa será marcada por intervenções musicais e encenações sobre a trajetória da freira baiana. 

Além de reunir uma multidão de devotos de todas as partes do país, o evento contará ainda com a presença de autoridades e religiosos e também de funcionários, pacientes, moradores, alunos e voluntários das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

A missa campal abrirá oficialmente os festejos pelo centenário de Irmã Dulce, religiosa que em 2011 passou a ser conhecida como a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, em virtude de sua beatificação, e que está atualmente em processo de canonização. As homenagens à freira fundadora de uma das mais importantes obras sociais do Brasil prosseguirão ao longo de um ano e serão acompanhadas de grandes ações como a estreia do filme biográfico da religiosa; a requalificação do Memorial Irmã Dulce; a inauguração da Unidade de Quimioterapia e Radioterapia Nossa Senhora de Fátima; o início da construção da nova Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue da OSID; além do lançamento de obra literária, exposições e a realização de uma sessão solene no Senado Federal. O calendário festivo conta ainda com iniciativas como o programa Irmã Dulce: um diálogo com a educação, o qual colocará a trajetória de amor da beata entre os temas trabalhados nas mais de 400 escolas municipais de Salvador ao longo de 2014.

Vida e obra da Mãe dos Pobres – Em 26 de maio de 1914 nascia, na cidade de Salvador, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. O interesse pela vida religiosa começou a se manifestar já no início da adolescência, quando Maria Rita, aos 13 anos de idade, atendia doentes no portão de sua casa, no bairro de Nazaré. Em 1933, a jovem ingressa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). No mesmo ano, recebe o hábito e adota, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

Entre as passagens mais marcantes de sua trajetória, está a ocupação, em 1949, de um galinheiro situado ao lado do Convento Santo Antônio, em Salvador, com os primeiros 70 doentes. Já em 1959, neste mesmo local, a religiosa instala oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), instituição que abriga hoje o maior complexo de saúde 100% SUS do Norte-Nordeste do país, com cerca de 4 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários SUS, idosos, pessoas com deficiência e portadores de deformidades craniofaciais, pacientes sociais e crianças e adolescentes em situação de risco social. A freira baiana morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos.

Já a causa da beatificação de Irmã Dulce foi iniciada em janeiro de 2000. O milagre que levou à beatificação foi reconhecido oficialmente pelo Papa Bento XVI em 10 de dezembro de 2010. Com o reconhecimento, abriu-se caminho então para a realização da Cerimônia de Beatificação, evento ocorrido no dia 22 de maio de 2011, em Salvador. Na ocasião, a freira baiana recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica.

O referido milagre ocorreu na cidade de Itabaiana, em Sergipe, quando, após dar à luz seu segundo filho, Gabriel, Cláudia Santos sofreu uma forte hemorragia. Em desespero, a família da paciente chamou o padre José Almí para ministrar a unção dos enfermos. O padre, no entanto, decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a intercessão de Irmã Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia do Anjo Bom. A hemorragia então cessou subitamente. Atualmente Irmã Dulce está em processo de canonização, sendo necessária a aprovação de um novo milagre para ela se tornar santa.