Salvador

GREVE DA PM: Assembleia Geral pode decidir pelo fim da paralisação

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A Tarde/Terra , Salvador | 17/04/2014 às 11:40
Policiais de prontidão no Wet'n Wild
Foto: Futura Press
Uma reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 17, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL), pode decidir os rumos da greve da Polícia Militar.
O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, afirmou que a greve poderia ser finalizada em algumas horas, durante entrevista a uma rádio local.

Na noite desta quarta, 16, o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, afirmou que os policiais haviam proposto antigas reivindicações. "Foram reinseridos alguns pontos que nós já havíamos acordado que não iam acontecer. Era uma meta inatingível", revelou.

Desta vez, a categoria estaria disposta a retirar da pauta de reivindicações uma das propostas, que estaria inviabilizando a negociação por conta do acréscimo de R$ 600 milhões os gastos anuais do governo. 

Entretanto, a assessoria da Aspra explica que todas as decisões dependem desta reunião, com a presença de representantes das seis associações unidas na mobilização e do Governo, além do comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro.

ASSEMBLEIA DECIDE

Após a reunião, os representantes das associações devem encaminhar as novas propostas para os policiais que permanecem em assembleia no Wet'n Wild. Somente se a proposta for aprovada por toda a categoria, a greve finalmente chegará ao fim.
egião metropolitana de Salvador (BA) registrou o assassinato de 23 pessoas desde que a greve da polícia e dos bombeiros militares foi decretada, por volta das 19h da última terça-feira. Os dados, que englobam os homicídios desde que a paralisação foi deflagrada até a 1h da madrugada desta quinta-feira, constam nos boletins diários da Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia. 

A Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) não repassou os registros de homicídios. Na segunda-feira, quando a PM trabalhava normalmente, seis pessoas foram assassinadas na mesma área. Em meio à greve, o comando da corporação anunciou que foram presas, na quarta-feira, pelo menos 50 pessoas em toda a região metropolitana de Salvador. Ao todo, 85 viaturas patrulham a área onde 202 policiais militares estão atuando.

Entre as 50 detenções, houve casos de flagrante de roubo a mão armada, arrombamentos, saques e arrastão, nos bairros Liberdade, Iapi e Orla. No bairro de Cosme de Farias, os policiais prenderam quatro homens em um veículo roubado. Outros três foram detidos em um caminhão frigorífico, também roubado, mas na cidade de Simões Filho.

Cinco mil homens das Forças Armadas foram designados para reforçar a segurança pública na Bahia e começaram a chegar a Salvador por volta do meio dia de quarta-feira. A medida foi tomada pela presidente Dilma Rousseff, atendendo a uma solicitação do governador Jaques Wagner.

A presidente assinou o decreto de Garantia da Lei e Ordem GLO), autorizando o emprego das Forças Armadas na Bahia. Com isso, os militares estão autorizados a realizar patrulhas, vistorias e prisões em flagrante. O comandante da 6ª Região Militar, general Racine Bezerra Lima, assumiu o comando das operações e a Polícia do Exército (PE) já está patrulhando as ruas da capital.

Pontos da negociação

Na quarta-feira, os grevistas encaminharam uma contraproposta à apresentada na terça-feira pelo governo. Fruto de nove meses de negociações entre as associações dos policiais militares, a Secretaria de Segurança Pública e o governo do Estado, a proposta de ontem teve o acréscimo de quatro pontos que não constavam da pauta anterior.

Um deles foi o aumento da gratificação por Condições Especiais de Trabalho (CET), que é de 17% em cima do soldo do policial e subiria para 25% para os policiais com expediente administrativo, 45% para os que vão para rua e 60% para os que trabalham como motoristas. “Mas os oficiais já ganham 125% em cima do salário deles. Portanto, essa proposta foi votada na noite de ontem (terça-feira), mas não aceita”, informou a assessoria do vereador Marco Prisco (PSDB). 

Os outros pontos foram uma nova discussão sobre o Código de Ética da Polícia Militar, a revisão dos processos administrativos referentes à greve das polícias de 2012 e a regulamentação do artigo 92 do Estatuto da Polícia, que versa sobre os auxílios moradia, funeral, alimentação e outros ganhos da agremiação.