Salvador

BARRAQUEIROS fazem protesto para participarem da Festa da Conceição

Festejos populares de rua em Salvador começam no próximo final de semana com São Nicodemus
Abfest , Salvador | 24/11/2013 às 18:22
Festa religiosa da Conceição da Praia
Foto: Verão da Bahia
A Associação dos Barraqueiros de Festas Populares do Estado da Bahia (Abfest) prometem fazer um protesto na próxima segunda-feira (25) contra a arbitrariedade da Prefeitura de Salvador de proibir a participação dos comerciantes informais nas festas populares. Cerca de 500 barraqueiros e ambulantes vão participar, a partir das 10 horas, de uma manifestação em frente à praça Castro Alves, no Centro de Salvador, e sairão em caminhada até a praça municipal.

 
De acordo com a presidente da Associação, Railda Carvalho, os feirantes cobram uma audiência com o prefeito ACM Neto para discutirem a situação dos barraqueiros com mais de 30, 40, 50 anos de tradição. “A notícia de que 30 barracas seriam excluídas da Festa da Conceição da Praia, faltando praticamente duas semanas para o evento (a comemoração acontece no próximo dia 8 de dezembro), nos causou surpresa.

 Passamos o ano esperando o início das festas populares para que possamos desenvolver as nossas atividades e ganhar um dinheirinho, pois a maioria passa o ano inteiro sem outro tipo de renda. São barracas que atuam nas festas populares há 30, 40, 50 anos. Quem não conhece a Barraca da Índia com seu delicioso efó?”, reclamou a dirigente, relembrando outras barracas tradicionais como de São Jorge, São Sebastião, São Roque, Baianinha, Itaparica, Maré Mansa e Flor de Maré.

 
Segundo Railda, a Associação foi informada de que serão instaladas pela Prefeitura durante os festejos de Nossa Senhora da Conceição da Praia apenas sete barracas, com novo padrão na área do Mercado Modelo. “Elas serão exploradas por entidades carnavalescas e porque não pelos barraqueiros? 

A instalação destas sete barracas implicará na perda de 26 barraqueiros que não poderão trabalhar nesta festa. Não somos contra ao novo padrão exigido pela Prefeitura, poderíamos até nos enquadrar, mas isto dependeria de uma discussão e não fomos procurados. Não admitimos que os barraqueiros fiquem fora deste projeto, somos representantes de um segmento, merecemos respeito e esperamos que com este ato o prefeito possa ouvir a nossa voz”, declara a presidente, ressaltando que “hoje as festas populares ainda se mantêm graças  à persistência dos barraqueiros que não as deixaram morrer e esperam contar com o apoio da população”.