A Guarda Municipal de Salvador está em greve. O diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Bruno Cruz, afirmou que a categoria ficará de braços cruzados na sede da Guarda Municipal (GM) até que a gestão municipal atenda as reivindicações da categoria.

 “Decidimos paralisar as nossas atividades porque há cinco anos, quando foi criada a Guarda Municipal, sofremos com uma gestão que nunca nos levou a sério e sempre nos penalizou, colocando-nos para trabalhar sem condições dignas, sem assistência à saúde, sem pagamento de horas extras, e sempre nos jogando de um lado para o outro da cidade, modificando a nossa rotina em função dos caprichos do prefeito. Por estes motivos, exigimos respeito e dignidade, além de um plano de cargos e carreiras, para que tenhamos salário justo em relação ao desempenho da nossa função”, garantiu Cruz.

Durante a assembleia, uma comissão foi formada para acompanhar, junto com o Sindicato, todo o processo de negociação com a Prefeitura. As principais reivindicações da categoria são: abono dos dias de paralisação, a manutenção da escala 12 por 60, abertura de novas negociações, a exoneração do Coronel Portinho, estrutura e melhores condições de trabalho.

NÃO TEM COMO ATENDER

  Em nota, a Prefeitura diz que a reformulação da escala de trabalho da Guarda, hoje formada por 1,3 mil homens e mulheres, vai possibilitar a ampliação do efetivo nas praças, parques e jardins públicos. A jornada de 40 horas semanais já estava prevista no edital do concurso público de 2008, e é inegociável”, afirma o chefe da corporação, coronel Peterson Portinho.

O coronel ressalta que a antiga jornada de 30 horas em média, aceita pela gestão passada como forma de compensar a falta de estrutura da Guarda, “não tem mais cabimento”. “A atual gestão está investindo R$3 milhões para melhorar as condições de trabalho e de ação da Guarda. Estamos adquirindo veículos, equipamentos e garantindo melhorias como os pontos de apoio nas áreas de atuação. A gente não tinha como garantir a presença da corporação nas ruas com uma jornada que previa 12 horas de trabalho por 60 de folga”, diz Portinho.

O coronel afirma ainda que quem trabalhar nos finais de semana terá direito a receber hora extra. Ele diz que os grupamentos especiais – Grupo de Operações Especiais (GOE) e Ronda da Cidade (Rondac) – já aceitaram as mudanças. “Como a jornada desses grupamentos ultrapassará as 40 horas semanais, ficou acertado com a Prefeitura que esses agentes terão adicional de 100% nos plantões de sábados e nos domingos”.

Novas viaturas 

- Outra novidade é que a Guarda já está adquirindo, através de licitação, novos veículos e equipamentos de segurança, como detectores de metais, e de informática, somando um investimento total de R$1 milhão. Os veículos, que deverão estar nas ruas até o final do ano, são de diferentes modelos – vans, micro-ônibus, motos e carros - para atender a atividades diversas do órgão.  Para 2014, está prevista uma nova licitação na qual serão investidos mais R$2 milhões.