Drama terrivel para um pai
G1 , da redação em Salvador |
24/07/2013 às 12:48
Valdir Gobbi teve que ser amparado
Foto: G1
O Instituto de Medicina Legal (IML) liberou, na manhã desta quarta-feira (24), o corpo da estudante paulistana Bruna Gobbi, 18 anos, morta após um ataque de tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na segunda (22).
O pai da jovem, Valdir Gobbi, que foi ao local para a liberação, ficou muito abalado. "Me desculpe, mas eu não estou conseguindo falar. Não tenho mais palavras, nem forças", disse, antes de ver o corpo da filha.
O corpo deve deixar o Recife entre 10h30 e 11h, seguindo para Escada, na Zona da Mata Sul pernambucana, onde será velado. O enterro de Bruna Goggi está previsto para às 14h, no Cemitério São Luís, no município, onde mora parte da família da vítima..
O laudo divulgado na tarde de terça-feira (23) pelo Hospital da Restauração (HR), onde Bruna faleceu, informa que a paciente chegou à unidade, por volta das 15h da segunda, com uma mordida de tubarão na perna esquerda e em choque hipovolêmico, caracterizado pela perda de grande volume de sangue. A jovem já havia tido duas paradas cardiorrespiratórias antes da admissão no HR, sendo uma na UPA da Imbiribeira, para onde ela foi levada primeiro, e outra na ambulância. A terceira aconteceu no hospital.
Bruna teve a perna amputada acima da coxa esquerda e foi mantida na UTI respirando com ajuda de aparelhos e tomando drogas vasoativas, além de outros medicamentos para controle do choque hipovolêmico. Ela evoluiu para uma parada cardiorrespiratória irreversível e morreu por volta das 23h30, sendo encaminhada para o IML na mesma noite.
Na terça, o comerciante Davi Leonardo Alves, tio de Bruna que mora em Olinda, foi ao IML e disse à imprensa que a família vai processar o governo estadual, usando o argumento que o Corpo de Bombeiros alertou apenas sobre a corrente marítima e não sobre o risco de ataque de tubarão. A corporação negou a denúncia, afirmando que informou sobre ambos os perigos três vezes, e falou que não pode prender nem tirar ninguém da água à força.
Os bombeiros informaram que no socorro foi utilizado o "sharkshield" para afastar os tubarões. O equipamento emite ondas eletromagnéticas de 20 a 30 metros de distância e o barulho incomoda o bicho, fazendo com que se afaste. Eles também explicaram que o trânsito intenso na hora do resgate fez com que a vítima fosse levada, em um carro da Polícia Militar, primeiramente para UPA da Imbiribeira, a fim de que os médicos de lá pudessem estabilizá-la. Ao mesmo tempo, uma ambulância já tinha sido acionada para levá-la ao HR, a principal emergência da cidade.
Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado, desde que os ataques começaram a ser contabilizados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).