Salvador

DESPEJO DE MORADORES EM AREMBEPE LEVA A PROTESTO EM FRENTE CÂMARA

G1 informações
| 17/08/2012 às 13:21
A desocupação foi em cumprimento à decisão judicial
Foto: Everaldo Lins

Moradores do Loteamento Morro de Arembepe, em Camaçari, município da região metropolitana de Salvador, ocupam desde a noite de quinta-feira (16) a Câmara de Vereadores da cidade em protesto contra uma ordem de despejo recebida durante o dia.


Maria Mercês de Jesus, moradora do local há mais de três anos, alega que o terreno estava abandonado há cerca de 30 anos e que por isso a área foi ocupada, contando atualmente com 450 casas construídas. "Eles entraram e botaram a gente pra fora só com a roupa do corpo. Dormimos na Câmara com crianças e idosos e vamos continuar aqui até o município tomar providências", afirma Maria Mercês.


Embora os moradores ocupem tanto a área interna quanto a parte externa da Câmara, as atividades no local não foram interrompidas nesta sexta-feira.


O secretário municipal da Cidadania e Inclusão de Camaçari, Carlos Silveira, diz que acompanhou a desocupação do loteamento na quinta-feira e que a prefeitura tenta intermediar as negociações entre os moradores e o grupo autor da ação. "A desocupação foi realizada em cumprimento a uma ordem judicial. Na segunda-feira [20] uma reunião está agendada no Fórum de Camaçari para buscar uma conciliação. A prefeitura já está providenciando o cadastramento das famílias por meio da Secretaria de Habitação", diz o secretário Carlos Silveira.

Caso
A ordem judicial foi cumprida para a retirada dos moradores do Loteamento Morro de Arembepe foi cumprida na quinta-feira por uma equipe policial. De acordo com o advogado dos moradores, Gil Antônio, o processo de reintegração de posse da área ocupada tramita há cerca de dois anos na Justiça.

"Esse loteamento pertenceu a uma empresa que faliu há cerca de 30 anos. Agora, sete pessoas relacionadas a ela reivindicam a reintegração de posse. Vamos recorrer de todas as formas na tentativa de um acordo", declara o advogado dos moradores.

Os autores do processo não foram localizados pelo G1 para comentar o assunto.