Salvador

Filantrópicos lideram atendimentos no SUS e estariam no limite

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| 22/05/2012 às 21:00
 

A importância dos serviços de saúde prestados pelos hospitais filantrópicos à população carente pode ser avaliada pelos números do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Na Bahia, ano passado, os hospitais filantrópicos realizaram 83,15% das cirurgias oncológicas (operações de câncer). Também foram responsáveis por 78,52% das cirurgias da visão; 45.90 % dos transplantes; 45, 2 % das cirurgias do aparelho respiratório e 44,6% das cirurgias das vias aéreas superiores, face, cabeça e pescoço. Os dados, que evidenciam a liderança dos filantrópicos, são do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).                                                       


O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA), Mauricio Dias, explica que, apesar da crise que o setor enfrenta, em razão do subfinanciamento do SUS, em quase todos os estados o setor filantrópico de saúde ocupa o primeiro lugar no ranking da produção hospitalar por natureza  O setor representa cerca de  50% da assistência prestada aos usuários do Sistema Único de Saúde - SUS -  com apenas 30% dos leitos disponíveis, demonstração de maior eficiência e resolutividade. Por isso - complementa - mesmo enfrentando dificuldadesfinanceiras, o setor continua cumprindo a sua missão de prestar serviços de qualidade à população,



CRISE SE AGRAVA


 O setor filantrópico, além do compromisso com a saúde da população, também é responsável no País por meio milhão de empregos diretos, além de contar com mais de 150 mil profissionais autônomos. Mesmo exibindo números tão vigorosos, o setor sofre os efeitos da forte crise que se agudiza ano após ano, como analisa Mauricio Dias, porque a defasagem das tabelas do SUS causa forte desequilíbrio financeiroano após ano, uma vez que os hospitais têm que  pagar reajustes de insumos e de salários.


O esforço do setor é muito grande, mas as pequenas entidades do interior, principalmente as que não oferecem serviços de alta complexidade, terminam não sobrevivendo. Na Bahia 14 unidades não suportaram o arrocho financeiro e fecharam as portas, tendo algumas passado para a gestão de entidades demaior porte.                       


Os hospitais filantrópicos têm buscado caminhos para superar as adversidades, investindo em gestão e melhorando muito a qualidade dos serviços otimizando os recursos, e reduzindo o déficit, analisa o presidente da FESFBA. Com muita luta- prossegue - conseguimos alguns importantes benefícios, que nos permitiriam resistir até a conquista final que é o fim do subfinanciamento,