A Prefeitura de Salvador acumula uma dívida de R$ 40 milhões com entidades filantrópicas que prestam serviços em cinco unidades de saúde da rede municipal. Entre elas, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), cuja dívida chega a R$ 9,7 milhões por serviços prestados nos centros de saúde de Pernambués e Boca do Rio. O atraso do pagamento à entidade é de sete meses, nas outra cinco, é de três meses.

Nesta sexta-feira, 3, o novo secretário municipal da Saúde, José Rodrigues, na sede das Osid, nos Dendezeiros, admitiu a dívida às entidades e se comprometeu a buscar uma solução junto ao prefeito João Henrique na próxima segunda-feira. "Realmente, tem um atraso significativo. Vamos ver se igualamos o atraso ao das outras entidades (três meses", afirmou.

José Rodrigues esteve nas Osid para formalizar a renovação do contrato com a instituição para atendimento pelo SUS no Hospital Santo Antônio, firmado em 2004.  Há quatro anos, com a municipalização plena da saúde, é preciso que a prefeitura autorize o repasse do recurso do Ministério da Saúde.

Ausência 

 O prefeito João Henrique era esperado nesta sexta no evento de renovação do convênio para anunciar um acréscimo no valor do contrato com as Osid de  aproximadamente R$ 14 milhões anuais  (de R$ 76,7 para R$ 90,3 milhões). Ele não compareceu e assim evitou ouvir a crítica da superintendente das Obras Sociais de Irmã Dulce, Maria Rita.

"Esse recurso vem para tapar o buraco do nosso custeio, porque não vai dar, infelizmente, para novos investimentos. E espero que se resolva a pendência dos postos de saúde, para que seja feito o pagamento dos salários de dezembro e o 13º", disse a superintendente.

O secretário garantiu que buscaria recursos na Secretaria Municipal da Fazenda e disse que não poderia comentar sobre a saúde financeira da prefeitura. O governo de João Henrique vem enfrentando várias manifestações de prestadores de serviços de diversas areas - segurança, limpeza, educação - por recorrentes atrasos nos pagamentos.