Esqueça aquele lavabo construído para aproveitar espaço ou aquele banheirinho utilizado apenas para visitas. O tradicional conceito deste tipo de ambiente mudou e atualmente agrega elementos da acessibilidade, sofisticação e sustentabilidade.
Para mostrar esta tendência, os arquitetos Mauricio Pinto e Ana Paula Fontenele criaram o Lavabo Acessível, que incorpora as últimas novidades em ambientação. O espaço poderá ser conferido na Casa Cor Bahia 2010, entre os dias 14 de outubro e 24 de novembro, na Rua José Pancetti, 7, Morro do Ipiranga, em Salvador.
O ambiente, nas cores preta e branca, buscou inspiração na moda e na necessidade em atender portadores de dificuldade de locomoção, temporária ou permanente. Além de portadores de necessidades especiais, o Lavabo atende pessoas com mobilidade reduzida. "A idéia foi criar um ambiente sofisticado e acessível a todos. Conceitos como identidade e liberdade foram balizadores na concepção do nosso projeto", esclarece o arquiteto Maurício Pinto.
O espaço faz uma homenagem à revista Mag!, publicação dirigida por Paulo Borges, criador do São Paulo Fashion Week. A parceria com a publicação permitirá a exibição de um making of da produção de várias edições da revista através de uma tela LCD, posicionada estrategicamente. Alguns exemplares da Mag! e da linha White Luxury de aromas da Trousseau estarão na ambientação do Lavabo.
A parceria afinada entre os arquitetos deu origem a um ambiente contemporâneo e ousado. "Não tratamos a questão da acessibilidade no nosso projeto, apenas no aspecto físico, mas de valorização do acesso à informação", pontua Maurício. Ele conta que a inspiração não foi apenas na moda como algo efêmero, mas da moda como comportamento, reflexão e atitude integrando sofisticação, funcionalidade e conforto.
Decoração - A decoração do Lavabo Acessível mistura texturas, imagens, elementos e cores em referências que vão desde a Escola de Design, Artes Plásticas e Arquitetura Bauhaus* ao Rock; da manufatura dos bordados da alta costura a Street-art dos Grafites. "O Lavabo poderia ser da Malu Mader e do Toni Beloto, da Angelina Jolie e do Brad Pitt", brinca Maurício.
Nas paredes, obras do artista plástico Almo, representado pela Galeria Paulo Darzé, com bordados circulares em cores primárias - Bauhaus, sobre tecidos vintage, e o acrílico Cadeira Verde, em uma técnica de ranhura sobre acrílico, que remete à questão da Acessibilidade. "Utilizamos a descontração, o grafite, enfim, é um ambiente sofisticado, mas leve e fundamentado", conta Maurício, que emoldurou uma estampa do estilista Alexandre Herchcovitch - que traz a imagem de uma caveira e o personagem Piu-Piu - mostrando que humor é fundamental na moda, na arquitetura e na vida.
O revestimento da parede com estampa geométrica, o piso antiderrapante com partículas de quartzo, são valorizados por uma iluminação planejada inclusive com uso de leds. Metais e louças sanitárias foram cuidadosamente escolhidos para compor o ambiente com charme e requinte. "Utilizamos barras em aço inox e a linha de acessórios Deca Boutique, e piso antiderrapante, para evitar acidentes", detalha Maurício.
Obra limpa - Todos os objetos e materiais utilizados no espaço contam com as melhores soluções e revelam a preocupação dos arquitetos com as questões ecológicas. "O conceito de sustentabilidade, atualmente, está incorporado, de forma definitiva, às premissas básicas de qualquer iniciativa, e não seria diferente neste projeto", ressalta Maurício.
Os arquitetos optaram por uma "obra limpa", reduzindo ao mínimo a produção de resíduos urbanos sólidos. Já o sistema de descarga, ganhador do prêmio de Design Idea Brasil e que tem selo Sustentax - Contribuindo para um mundo melhor - faz uso racional da água, com economia de até 30%, e a torneira, com acionamento através de sensor, utiliza a água de forma racional e com baixo consumo de energia.
*A Escola de Design, Artes Plásticas e Arquitetura Bauhaus representa uma das maiores e mais importantes expressões do modernismo na área, tendo sido a primeira escola de design do mundo. Fundada por Walter Gropius, na Alemanha, a Bauhaus funcionou entre 1919 e 1933.