Salvador

MARCHA DE TRABALHADORES FAZ PROTESTO CONTRA MINISTÉRIO PÚBLICO

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| 20/05/2010 às 23:11
Na próxima sexta-feira (21), cerca de 20 mil trabalhadores da construção civil e pesada, de todas as frentes de trabalho de Salvador, realizarão a Marcha em Defesa do Emprego. O objetivo é reabrir a discussão com o Ministério Público acerca da suspensão das licenças ambientais que, caso se efetive, acabará com muitos empregos no setor. A marcha sairá às 7 horas, da Avenida Paralela, imediações dos condomínios Le Parc e Alphaville, segue no sentido Bonocô em direção ao Campo Grande, seguindo até o Ministério Público, em Nazaré.

A mobilização é resultado da unidade de ação das centrais sindicais, Força Sindical, CTB, CUT e dos sindicatos, Sintepav-BA e Sintracom-BA. A revogação de todas as licenças ambientais concedidas de 2005 até 2010 foi uma decisão dos Procuradores do Ministério Público Federal e Estadual, que resolveram impetrar ação civil pública, com pedido de liminar para a suspensão das licenças.

Caso a medida seja efetivada, muitos trabalhadores perderão seus empregos e o desemprego na capital baiana aumentará em 20% da população economicamente ativa. Isso causará um grande impacto econômico à cidade, deixando de circular na economia, mensalmente, cerca R$ 100 milhões em salários. E essa crise será vivenciada não apenas na cadeia da construção e se desdobrará para o comércio e outros setores

. Apesar de, em março deste ano, a Região Metropolitana de Salvador ter um contingente de 372 mil desempregados, o Estado vive uma excelente fase de crescimento. É o que demonstra estudo do Dieese, segundo o qual, de janeiro a dezembro de 2009, foi gerado na Bahia um saldo de 71.170 empregos com carteira assinada, sendo 22.683 no setor da construção, que equivale a 31,87% do total.

Apenas a título de comparação, o setor de Serviços, que tradicionalmente é o maior empregador na Bahia, gerou um saldo de 28.099 empregos formais. Até março de 2010 foram gerados 30.738 postos de trabalho. Desse total, o setor da construção foi responsável por 11.143 postos, correspondente a 36,25%. No momento em que o Brasil e a Bahia vivem fase de crescimento e o emprego é fonte de combate à violência, valorização da vida, proteção à família e seguridade social, desempregar 50 mil trabalhadores (as) é violar os direitos humanos a uma vida digna. Não existe meio ambiente preservado às custas da miséria social.