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MENSAGEM:
O problema da segurança pública na Bahia Prezado editor-chefe, permita-me expor minha opinião sobre o grave problema da segurança em nosso Estado.
Creio que este assunto deva ser fortemente debatido nestas eleições. Apontar as drogas, enfaticamente, como causa explicativa para o problema da criminalidade é uma visão por demais simplista e reducionista de um fenômeno extremamente complexo.
É verdade que existe uma guerra entre traficantes e polícia. Sabe-se, também, que o farto dinheiro gerado pelo tráfico financia diversas atividades criminosas.
Não se ignora, igualmente, o fato de parte dos usuários se envolver em crimes contra o patrimônio a fim de sustentar o vício. Tudo isso, contudo, apenas integra a sintomatologia de uma doença chamada "falta de boas oportunidades para os jovens baianos".
É o que indica a pesquisa Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, presidida pelo sociólogo Júlio Jacobo. De acordo com este cientista social, "há uma espécie de incentivo ao ingresso do jovem na criminalidade. Faltam alternativas para a juventude".
Efetivamente, se não houvesse um tal "exército" disposto a matar e a morrer o submundo do crime não desapareceria por completo, mas teria seu espectro pernicioso reduzido a níveis civilizadamente suportáveis.
O jovem precisa, pois, ter esperança de ver sua vida melhorar pelo estudo, habilitando-se tanto como trabalhador como, também, na condição de futuro empreendedor e, deste modo, exercente da plena cidadania.
Sem boas perspectivas, o indivíduo em formação tende a adotar vários comportamentos de risco. O recrudescimento da violência na Bahia precisa ser enfrentado com equilíbrio e atacando-se as suas reais causas.
Para começar, que se faça imediatamente um balanço das medidas adotadas nos últimos anos. Cada governo deve, assim, ser reconhecido e cobrado, respectivamente, pelo que fez e pelo que não fez em favor da pacificação social.
Tão importante quanto reprimir com eficiência a criminalidade, é implantar coordenadamente determinadas políticas de curto, médio e longo prazos que criem, sobretudo para os jovens, um novo e melhor horizonte.
Por outro lado, se o Estado não exercer o seu papel indutor da economia como se poderá vislumbrar um ciclo virtuoso de geração de emprego e renda que contemple, em particular, a juventude?
Lembre-se que o artigo 1º, inciso IV da Constituição Federal colocou lado a lado, alçado à condição de princípio fundamental, "os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa". Já no artigo 226 estabeleceu que "a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado". Então, que se cumpra a Constituição.
Enfim, as pessoas não querem saber de ideologias. Querem soluções e estas, em relação ao objeto desta análise, passam, sem dúvida, pela inserção do jovem no mercado de trabalho. (Valfredo Novais Silva, Bacharel em Direito Licenciado em Filosofia Pós-graduado em Gestão Pública e Auditoria, POR E-MAIL)