Salvador

MULHERES DA PAZ FAZEM CAMINHADA NO MUNICÍPIO DE SIMÕES FILHO

VIDE
| 02/05/2010 às 21:28
Multiplicar a consciência pela paz nas comunidades é o objetivo
Foto: Paula Fróes
Aconteceu neste final de semana uma caminhada do Projeto Mulheres
da Paz, em Simões Filho, um dos municípios da região metropolitana de
Salvador que registra os mais altos índices de violência urbana. A passeata
saiu da Praça da Coroa da Lagoa passando pelas comunidades da Baixa da
Jaqueira e Ponto Parada, tendo culminado no largo em frente à Prefeitura
Municipal, no centro da cidade. O movimento contou também com a adesão dos
estudantes do Colégio Polivalente, através do projeto Protejo. Tanto o
"Mulheres da Paz" quanto o "Protejo" são ações do Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

O objetivo da caminhada da paz, assim como do projeto, é mobilizar a
sociedade pelo fim da violência e pela construção de uma cultura de paz,
divulgar o projeto e a
construção de ações para mobilização das comunidades em que a atividade
está presente. A intenção é promover a união entre a sociedade e as mulheres
do projeto.

A ação do Mulheres da Paz em Simões Filho atinge um total de 100 mulheres,
com envolvimento direto em situações de violência, que foram capacitadas
para trabalhar na mediação de conflitos e defesa dos direitos humanos, nas
comunidades de Baixa da Jaqueira, Ponto Parada e César Borges. As mulheres
da paz trabalharão em parceria com as escolas e cada uma acompanhará dez
famílias que serão cadastradas voluntariamente.

AÇÃO

Mulheres como a dona de casa Josélia dos Santos Alves, a Josy, moradora da
Baixada de Jaqueira, solteira e mãe de um menino de sete anos, que há seis
meses participa do grupo, mas que, antes disso, sempre se envolveu em
trabalhos voluntários na comunidade.

Josy aponta o tráfico de drogas como o principal estopim da violência no
município, mas entende que o problema é uma das consequências da
desigualdade social e que não deve se extinguir apenas com repressão. "O
objetivo do Projeto Mulheres da Paz é trabalhar com as famílias, ajudando
não só as mulheres, mas principalmente os jovens, aconselhando, orientando e
encaminhando para a busca de novos caminhos, fora da criminalidade, através
de projetos sociais, culturais e esportivos".

Já a servidora pública Conceição Viana, mãe de dois filhos, com curso na
área de mediação de conflitos, se aflige com o avanço das drogas no bairro
Ponto Parada, onde mora. Ela conta que trabalhou muito pela instalação do
Projeto em Simões Filho e considera a caminhada como uma ação importante
para dar visibilidade ao movimento e também incentivar outras pessoas da
sociedade simõesfilhense a participar da mobilização.

Seu pensamento pôde ser confirmado ainda durante o cortejo, animado por um
grupo de percussão e muitas palavras de ordem, quando várias pessoas,
principalmente mulheres, buscavam informações de como participar do
movimento.

Ao passar pela 22ª CP, no bairro de Ponto Parada, a caminhada recebeu a
solidariedade da delegada, Kiyomi Kuratani, que elogiou a iniciativa e
aproveitou para denunciar o alto índice de violência doméstica no município.