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A família dos alunos interagindo com a atividade escolar
Foto: João Raimundo
A costureira Elza Neves dos Santos, 58 anos, acordou às 4h do último sábado
para adiantar as encomendas. Todo este esforço teve um motivo especial. Dona
Elza queria ser uma das primeiras a chegar ao Centro Educacional Municipal
Fênix, no Centro de Lauro de Freitas, para participar das atividades do Dia
D da Família na Escola e saber as novidades da unidade de ensino onde estuda
seu sobrinho Renato Reis dos Santos, 11 anos, aluno da 5ª série.
"De quinze em quinze dias eu estou aqui, acompanhando o desempenho dele.
Cuidei do pai dele, e agora estou acompanhando ele nos estudos", disse Elza
do Santos. Ela ressaltou que é muito importante a realização de atividades
como o Dia D. "Muitos pais colocam os filhos na escola e os esquecem. O
estudante precisa ter orientação dos dois lados, e os pais precisam ensinar
seus filhos a respeitar os professores. Senão vamos continuar a ver
estudantes que agridem professor", refletiu D. Elza. O Dia D da Família na
Escola foi desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação em 85 escolas
e creches da rede municipal.
A intenção principal foi preparar pais de estudantes, professores e
comunidade para alertar, orientar e debater sobre a defesa dos direitos de
crianças e adolescentes, principalmente quando se deparam com situações de
exploração sexual, trabalho infantil e outras formas de violência urbana ou
risco social. Na Fênix, por exemplo, os pais de alunos e os estudantes
assistiram a duas apresentações: na primeira, teatralizada, aprenderam um
pouco sobre a lei Maria da Penha e tiveram também informações de como se
prevenir do HPV, vírus que causa o câncer de colo de útero e pode também
causar câncer na genitália masculina.
Cidadania -
O diretor da Divisão de Projetos Especiais, Rivelto Carvalho,
enfatiza que o projeto é desenvolvido na perspectiva de que a escola é um
espaço privilegiado para construção da cidadania, onde um convívio
harmonioso deve ser capaz de garantir o respeito aos direitos humanos e a
educação de todos para evitar as manifestações de violência. "Convocamos
todos os setores da sociedade e, prioritariamente, as famílias para
compreender e combater a teia de violência que muitas vezes começa dentro de
casa e em locais que deveriam abrigar, proteger e socializar as crianças",
disse Rivelto. Segundo ele, é visível a reaproximação das famílias às
escolas desde a primeira edição do "Dia D" nas escolas do município.
Na quarta edição do Dia D, a diretora do Centro Educacional Fênix, Ivonete
Farias, diz que esse estreitamente entre os elos da escola e da família
ainda deve ser maior. "Mas aqui os pais sempre comparecem em peso quando são
convocados", disse a diretora. A vice-diretora da Escola Municipal Santa
Júlia, Frances Reis, ressaltou que o diálogo e interação com as famílias tem
que ser sempre incentivado. "Aqui a família se faz presente na escola",
enfatizou a vice-diretora da Santa Júlia, onde foram realizadas sete
oficinas com temas sobre a família.