De acordo com os policiais, Nunes reagiu com tiros à fiscalização de rotina da Polícia Federal (PF), na fronteira. Após o confronto, um dos policiais ficou ferido com um tiro no braço, mas sem gravidade. O rapaz foi rendido. Na delegacia, segundo a Polícia Federal de Foz do Iguaçu, Nunes confessou o assassinato de Glauco e o filho. Além disso, ainda segundo as autoridades, disse que ficou foragido por três dias preparando sua fuga para o Paraguai.
Ele também teria confessado que estava com a arma do crime, uma pistola .765, que, segundo a PF, é o mesmo calibre da pistola usada nos PF de Foz do Iguaçu.
De acordo com a PF, o destino do suspeito agora depende de ordem judicial, que pode determinar que ele seja transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, também no Paraná, ou até para a Cadeia Pública de Foz do Iguaçu, antes de ser levado para São Paulo. Por enquanto, ele fica na delegacia da PF.
Motorista depôs nesse domingo
Felipe de Oliveira Iasi, dono do carro que teria sido usado para transportar o suspeito de matar o cartunista Glauco Villas Boas e o filho Raoni ao local do crime, deixou a delegacia seccional de Osasco na noite deste domingo. Segundo seu advogado, Cássio Paoletti, ele prestou depoimento à polícia na condição de vítima e testemunha do crime.
Conforme relato do advogado, Felipe recebeu um telefonema de Cadu para um programa "normal de jovens" na madrugada da sexta-feira e foi buscá-lo, sem saber das intenções do suspeito . "Depois que entrou no carro e andaram um pouco, Cadu apontou uma arma para Felipe e o obrigou ele a levá-lo até a residência de Glauco", disse. O suspeito estaria bastante agitado e aparentemente drogado, segundo ao advogado.
Em seu depoimento, Felipe disse que chegando lá a enteada de Glauco foi rendida e Cadu a obrigou a chamar a mulher do cartunista também. "Ele falava coisas desconexas, dizendo que era Jesus", disse o advogado, que ainda confirmou que Felipe sentou no sofá da casa junto à família rendida.
O defensor de Felipe disse que todos foram mantidos sob a mira da arma de Cadu e que Glauco tentava acalmá-lo, dizendo que iria com ele para a casa de sua mãe. Raoni chegou e a discussão foi reavivada. "Nesse momento Felipe viu a oportunidade de fugir, correu, entrou no carro e foi embora", disse Paulete.
Viúva contesta versão
A viúva do cartunista Glauco Villas Boas contrariou o depoimento prestado pelo o motorista do carro usado no crime à polícia, em entrevista ao Fantástico. De acordo com Beatriz, Felipe assistiu tudo sentado no sofá e ajudou o suspeito Carlos Eduardo na fuga.
De acordo com Beatriz, Cadu teria torturado ela e Glauco com coronhadas, além de xingar o cartunista; depois, teria executado o pai e o filho com frieza. "Foram cinco tiros em Raoni e quatro no rosto de Glauco", disse ela, afirmando que ele demonstrava ódio.